FALANDO SÉRIO

Mãos ao alto

Que país é esse?! Violência não para de crescer, deixando uberabenses apavorados

Wellington Cardoso
Wellington Cardoso
Publicado em 04/07/2016 às 09:33Atualizado em 16/12/2022 às 18:15
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FRANÇOIS RAMOS – REDATOR INTERINO

QUE PAÍS É ESTE???

A violência não para de crescer em Uberaba. Homicídios tornaram-se fatos cotidianos. Estupros e falsas denúncias de estupro são corriqueiros. Roubos e furtos, apenas um indicativo de que aquele bairro é próspero. Agressão imotivada apresenta-se como ferramenta de autoafirmação de adolescentes a cada dia mais sem limites.

Por outro lado em todo o país os índices oficiais procuram encobrir a realidade. Boletins de ocorrência são lavrados (com ordens superiores) com fatos e contextos atenuados. Sentenças aplaudem a criminalidade e brindam o infrator com a impunidade. Estatísticas são construídas para tentar disfarçar a flagrante incompetência do Estado.

Lastimável, neste contexto de tragédia, ver autoridades e grupos de Direitos Humanos saírem em defesa do argumento de que se combate a violência com camisa branca, velas, oração e John Lennon.

O Brasil se tornou o titular de um discurso que demonstra ser mais importante defender o direito de “minorias” mostrarem a bunda, cuspirem, mijarem e defecarem sobre as fotos daqueles que não compartilham das mesmas convicções. Detalhe: neste modelo de democracia “respeito” virou sinônimo de ter que concordar com o outro, principalmente se o contexto estiver relacionado a ideologias contrárias à moral tradicional, religião ou família.

As escolas, em especial as universidades, espaço no qual a educação deveria preparar o indivíduo para ser protagonista da sua própria história, abraçam discursos de extrema esquerda e condicionam jovens imaturos para a cega obediência. Espaços públicos são tomados por “minorias” que impedem professores e alunos de utilizar as salas de aula e proferem ofensas e agressões àqueles que não compartilham de suas convicções. Tudo sem que nada seja feito pelas autoridades.

Neste cenário de completa desordem paredes de universidades públicas são pichadas com frases de ordem comunistas. Espaços são depredados. Congressos e Seminários são transformados em comícios, pois ali apenas uma ideologia é admitida. Debates não ocorrem senão para homologar discursos pré-concebidos.

Mas em um país no qual a educação, especialmente a universitária, mostra-se a serviço da formação de um “cidadão” incapaz de resistir aos processos de alienação; que vê o professor da educação básica como despesa e não como investimento, que prefere Copa do Mundo e Olimpíada a centros desportivos que ofereçam opção aos jovens para uma vida mais saudável, realmente não há como ficar livre da crescente violência nas ruas de uma cidade entregue ao tráfico de drogas.

Algo precisa ser feito com urgência. E com certeza não é apenas com oração e discurso humanista que o problema se resolverá. As atitudes precisam ter a força necessária para que a sociedade retome as rédeas de um Estado maculado pela corrupção, pelo crime e pela total falta de compromisso com o interesse público.

Aliás, nós cidadãos também precisamos de uma profunda transformação em nossas convicções se quisermos realmente uma cidade e um país melhores para se viver. Choca tomar conhecimento de um estupro coletivo em uma favela, mas também preocupa o fato de que uma adolescente de classe média, com boa educação, poste foto em redes sociais portando fuzis ao lado de traficantes perigosos.

Escolhas trazem consequências. Fazem parte do processo de liberdade humana. Em um país democrático cada escolha pode significar uma renúncia. Na última sexta-feira estive com um amigo de infância, hoje dependente químico em recuperação. Suas palavras me levaram a uma profunda reflexã “Ainda me lembro do dia em que nosso amigo lhe ofereceu um cigarro de maconha e você recusou, ah se eu tivesse feito o mesmo”. Naquele dia renunciei a uma vida ainda mais complicada que aquela de um adolescente pobre que morava em um barracão nos fundos do cemitério. Injustiça social não é justificativa para tudo!

As drogas têm levado jovens inconsequentes a decisões insanas, sem qualquer preocupação com as consequências de seus atos. Sim, choca saber que a polícia matou uma criança de onze anos em um veículo envolvido com ações criminosas, mas choca mais ainda saber que um infante já aderiu ao mundo do crime.

Em brincadeira de polícia e ladrão as crianças não querem mais ser os mocinhos. O crime fascina e a impunidade seduz. Enquanto a violência rola solta por nossas ruas e os uberabenses são vítimas cada vez mais frequentes de criminosos imunes ao sistema, audiências de custódia são realizadas para evitar a “tortura” policial.

Será que esses humanistas acreditam que é só o policial pedir ao delinquente a gentileza de soltar o revólver ou a faca e esticar os braços para que as algemas sejam colocadas? Sim, existe o mal policial (e merece ser punido na forma da lei), mas a grande maioria trabalha pelo bem estar e segurança da população.

Neste contexto de valores invertidos, enquanto aguardam seus advogados marginais trocam socos na delegacia para forjar agressão policial. Isso, infelizmente, ninguém divulga.

Fato é, que se as coisas continuarem como estão os policiais vão começar a evitar ocorrências antes que o bandido fuja do local. Afinal, se o “torturador” apertar demais as algemas ficará impedido de progredir na carreira enquanto a justiça analisa se aquele assassino ou estuprador é apenas mais uma vítima da violência policial.

Seria realmente muito bom ver as autoridades brasileiras se preocupando conosco como se preocupam com o bem estar do criminoso. Se os grupos de direitos humanos começarem a dar o mesmo suporte que dão aos delinquentes para as vítimas de violência então... será um sonho realizado! Precisamos parar com o hipócrita discurso que culpa a sociedade por tudo. Cada um é senhor de suas escolhas e precisa aceitar as consequências. Ao Estado cabe simplesmente efetivar o que for melhor para o interesse público.

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