CIDADE

Imóveis fechados são focos para a proliferação do mosquito Aedes aegypti

Letícia Morais
Publicado em 16/02/2016 às 15:12Atualizado em 16/12/2022 às 20:04
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Foto/Leitor

Moradora do Abadia matou um mosquito aedes em sua residência; segundo ela, os mosquitos estão se proliferando

em um imóvel fechado

Não é difícil andar pelas ruas de Uberaba e encontrar imóveis fechados com as placas de aluga-se ou vende-se. O problema é que a crise que assola o País também dificulta a comercialização desses imóveis. Permanecendo fechado, a manutenção e limpeza do local ficam prejudicados, situação que pode trazer muitos riscos à saúde dos moradores do entorno. Então, fica a pergunta, de quem é a responsabilidade da limpeza e manutenção desses imóveis? Do proprietário ou da imobiliária?

O Delegado do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), Leandro dos Santos Souza, afirmou que a situação depende do acordo feito entre o proprietário do imóvel e a imobiliária. “Sempre orientamos os proprietários para deixar o quintal limpo, para dar uma visibilidade melhor e facilitar uma possível venda. Além disso, entre as medidas que nós adotamos está a de colocar as tampas nos vasos sanitários, porque os principais focos de dengue são ali, onde tem água limpa e pode servir de criadouro para o mosquito”, considerou.

No bairro Abadia, moradores da rua Patos sofrem com um imóvel que está fechado para alugar, mas que serve como foco para a proliferação do mosquito. “Nós ligamos cinco vezes na imobiliária pedindo providência, tudo em vão. De tanto a gente ligar, a Zoonoses veio aqui dedetizar a minha casa na semana passada, mas não adiantou nada. Além da minha casa estar cheia de mosquito, o mato da casa que está para alugar continua bem alto”, destaca uma vizinha do imóvel, que preferiu preservar a sua identidade.

Custos. O delegado dos corretores explicou que quando a responsabilidade da limpeza do imóvel fica à cargo da imobiliária, os custos são totalmente repassados ao proprietário. “Cada caso é um caso, essas situações são bem específicas. Quando a responsabilidade fica para a imobiliária, nós repassamos o custo da manutenção para o proprietário pagar. Cada imobiliária tem uma forma de trabalhar, então a gente não pode generalizar, porque cada um escolhe uma maneira de trabalhar”, finaliza.

Departamento de Zoonoses utiliza quatro motofogs para fiscalizar imóveis fechados

O diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Antônio Carlos Barbosa, explicou que o departamento utiliza quatro motofogs para realizar o trabalho de fiscalização nos imóveis que estão para vender ou alugar nas imobiliárias em Uberaba. “Os motociclistas vão até as imobiliárias pegar as chaves dos imóveis e realizam o tratamento com larvicida. Mas, nós não temos problemas, porque as imobiliárias não colocam dificuldades em nosso trabalho”, ponderou.

Antônio Carlos assegurou que o trabalho é o mesmo das residências, porém, é mais peculiar. “Se no local for encontrado lixo ou algo que tenhamos que retirar, nós orientamos e retiramos, caso o proprietário não cumpra, nós multamos o imóvel da mesma forma do que dos outros”, destaca.

Aquelas propriedades que estão fechadas são fiscalizadas a cada dois meses, segundo o diretor da Zoonoses. “Hoje é feito dessa forma, de 60 em 60 dias. Entretanto, pretendemos melhorar essa parceria com as imobiliárias. Nós queremos atender o maior número de residências o mais rápido e, por isso, vamos treinar e levar alguém da imobiliária, para que fique responsável por ir até o imóvel junto com o agente da Zoonoses e fazer a inspeção”, adianta o diretor.

Caso Abadia. Com relação ao caso da rua Patos, no bairro Abadia, o diretor afirmou que irá verificar se realmente a casa da moradora foi visitada e se há foco do aedes. “Se encontramos, vamos orientar e se o proprietário foi orientado anteriormente, ele será multado, por ser reincidente. Vale lembrar que a população pode denunciar de forma anônima ou não, por meio do telefone 33317-7660, porque nós não queremos transtornos nem brigas com vizinhos, queremos a população envolvida para evitarmos a proliferação da dengue”, finaliza.

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