POLÍTICA

Parlamentares negam recebimentos de forma ilegal; valores foram declarados

Citados em delação premiada de Ricardo Saud, deputados federais com base eleitoral na região negam ter recebido recursos de forma ilegal

Gisele Barcelos
Publicado em 23/05/2017 às 07:09Atualizado em 16/12/2022 às 13:10
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Citados em delação premiada de Ricardo Saud, deputados federais com base eleitoral na região negam ter recebido recursos de forma ilegal da empresa JBS. Os parlamentares posicionaram que todas as contribuições para a campanha eleitoral de 2014 foram registradas na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral.

Em nota, o deputado Aelton Freitas (PR) admitiu ter recebido doações da JBS, mas argumentou que todas as contribuições foram feitas por meio da direção nacional do partido e devidamente informadas na prestação de contas da campanha. O republicano ainda manifesta que empresa efetuou dois repasses por meio do partid um de R$500 mil e outro de R$200 mil, totalizando doação de R$700 mil. As informações conferem com os dados apresentados na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, conforme pesquisa feita pela reportagem do Jornal da Manhã.

Na nota, Aelton ainda nega que qualquer valor em dinheiro tenha sido entregue diretamente a um de seus assessores. “O vídeo no qual o delator Ricardo Saud cita meu nome e fala que foi entregue ao meu ex-funcionário o valor de R$200 mil não condiz com a realidade. Não foi autorizada por mim qualquer solicitação na forma mencionada pelo delator, da mesma forma que tais valores nunca chegaram até mim”, continua o texto.

Na mesma linha, o deputado José Silva (SD) posicionou em nota oficial que recebeu apenas R$100 mil da JBS e o repasse ocorreu por meio do partido, sendo declarado entre as doações oficiais de campanha. Os dados estão de acordo com as informações disponíveis no banco de dados da Justiça Eleitoral. “A citação de meu nome na delação da JBS foi, no mínimo, caluniosa. Em sua fala o diretor da empresa afirma ter doado, em meu nome, R$200 mil, em espécie, a alguém que não sabe dizer quem. Destaco que nunca autorizei quem quer que seja a pedir ou receber doação em meu nome de forma não oficial”, manifestou o parlamentar. Silva ainda reitera no comunicado que as doações oficiais eram permitidas em 2014 e a prestação de contas foi aprovada pela Justiça Eleitoral. Além disso, o parlamentar afirma que a citação do nome pelo delator foi de “maneira vaga e irresponsável”.

Já o deputado federal Marcos Montes (PSD) encaminhou nota declarando que as campanhas contaram com financiamento de empresas, principalmente do setor agropecuário. “Nunca escondi isso, mesmo porque até 2014 esta contribuição era permitida legalmente”, informa o texto. No entanto, o parlamentar nega que as contribuições tenham sido feitas em troca de favores. “Jamais fiz promessas ou acordos em troca de apoios, mesmo porque pertenço ao setor e sempre o defendi. E defendo por uma razão que é de conhecimento de todos: a agropecuária é o setor que segura as pontas da economia brasileira, promovendo emprego e renda mesmo nos períodos mais complicados”, declarou.

Além disso, MM reitera que todas as contribuições estão registradas na Justiça Eleitoral e argumenta que informações confusas estão sendo transmitidas à população. “[...] Misturam pessoas de bem com criminosos. É preciso diferenciar o que é erro eleitoral da prática de crimes, tipo propinas, por exemplo. É preciso dar transparência, separar o joio do trigo, facilitar o entendimento por parte da população e evitar que se misturem ações eleitorais com ações criminais”, encerra a nota.

Conforme apurou a reportagem do Jornal da Manhã, a JBS não figura entre os doadores da campanha de Marcos Monte em 2014, tanto de forma direta quanto por intermédio de repasse do partido. A prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral lista outras empresas, como a Odebrecht Agroindustrial e diversas cooperativas ligadas a produtores rurais.

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