ARTICULISTAS

O jeitinho brasileiro

Crescemos ouvindo que pegar o brinquedo do coleguinha é feio, que mexer na bolsa

Larissa Alves Correa
Publicado em 31/07/2018 às 21:17Atualizado em 17/12/2022 às 11:59
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Crescemos ouvindo que pegar o brinquedo do coleguinha é feio, que mexer na bolsa da visita é inadmissível e que não se pode furar a fila da merenda no recreio do colégio. Porém, esquecemos que a base da educação é o exemplo. Então, não adianta nada eu dizer pra uma criança o que ela não deve fazer e, simplesmente, fazer o contrário.

Essa corrupção enraizada na nossa sociedade é o que mancha o nome do nosso povo lá fora. Todos sabem a nossa fama de “povo esperto” e que sabe se safar em qualquer situação. Precisamos refletir mais sobre as crianças que estamos deixando para cuidar do nosso país.

É impossível educar uma pessoa de bem se eu estaciono na vaga de idoso/deficiente. Não posso cobrar do meu filho futuramente que ele seja honesto se ele me viu diversas vezes vibrando por ter pego o troco a mais no caixa do supermercado e brigando quando me deram cinco centavos a menos. Crianças não entendem incoerência, elas não assimilam quando eu digo que não pode, mas faço.

É necessário que façamos uma profunda reflexã de que não adianta falarmos tanto da corrupção lá de cima, dos nossos representantes, se não começarmos a mudar nossa cultura aqui, na base da sociedade.

A corrupção está em absolutamente todos os lugares em nosso cotidiano. Precisamos mudar isso, e são atitudes pequenas que aos poucos vão mudar o rumo deste país.

A luta é árdua e diária, mas é preciso acreditar que a honestidade vale a pena. Ainda que tenhamos que conviver diariamente em meio a uma sociedade, que trata como verdadeiros idiotas as pessoas direitas.

Eu posso educar meus filhos para que sejam pessoas melhores, e assim eles irão influenciar seus colegas. E seus colegas influenciarão outros colegas, e é essa corrente do bem que pode mudar o meio em que vivemos. Todo início é difícil, assim como toda mudança é assustadora. Mas ela se faz cada dia mais necessária. Somos a base. É por nós onde tudo começa; vem de nós toda a massa tributária que sustenta o Estado; nós que fazemos parte da classe trabalhadora é que movimentamos este país. Só precisamos tomar consciência da nossa força e conscientizar estes que estão chegando. Se os pequenos são o futuro da nação, então eles são as sementes que precisam ser muito bem cultivadas para que germinem e deem bons frutos. 

(*) Estudante

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