ARTICULISTAS

Reconstrução da história sob novos paradigmas

Ilcéa Borba Marquez
Publicado em 12/03/2019 às 21:25Atualizado em 17/12/2022 às 18:56
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Anteriormente a situação de colonizados sustentou crenças em relação aos nossos colonizadores onde reconhecemos facilmente a presença de preconceitos e incômodos que o lugar de colônia autoriza. Assim, para os brasileiros, os lusitanos não passavam de Manueis e Joaquins simplórios, facilmente enganados pelos mais espertos onde incluímos os outros europeus, especialmente os ingleses e franceses. Nossa visão da vinda apressada de D. João VI e sua corte em 1808 para o Brasil, em fuga estabanada de Napoleão à frente das suas tropas, é no mínimo caricata: um dia chuvoso, muita correria, as malas desorganizadas  pelo pouco tempo de preparação, a Rainha-mãe descabelada, inconsolável pelo abandono do seu conhecido lar, a Princesa Carlota esbravejando raivosa, a corte lutando a qualquer custo por um lugar nos poucos navios ingleses disponíveis, poucos soldados para a difícil tarefa de selecionar e indicar nomes para o acesso a cada plataforma de embarque, e uma população estarrecida em nítida sensação de desamparo. A balbúrdia era tanta que a valiosa Biblioteca Real, já encaixotada, permaneceu esquecida no porto sob a chuva e raios que marcaram este dia.   Nossa dificuldade de superar velhas ideias rancorosas impediu-nos de analisar aquela mudança como de igual valor a dos russos que também esvaziaram a capital para a entrada e retirada de Napoleão, impedido de oficializar a posse e legalizar a vitória na derrota do território. Quando Napoleão conseguiu entrar em Lisboa ficou “a ver navios” conduzindo as lideranças portuguesas para o Brasil. Lisboa havia perdido seu valor de Capital do Reino e Centro Administrativo do Império Português. Assim que desembarcou na cidade de São Salvador, D. João VI decreta a abertura dos portos brasileiros às nações amigas tirando o Brasil da posição de colônia.   Minha atenção interessada à descoberta do Brasil foi a cena que enfoca as Naus portuguesas aproximando-se da costa e trazendo nas velas a Cruz Templária. Quando visitei o Castelo e Forte São Jorge em Lisboa, a estátua de um Cavaleiro Templário com sua conhecida armadura abriu questão, pois não havia nominação no monumento. Pesquisando, em seguida, soube que a estátua era de D. Afonso Henriques que, com a ajuda dos Cavaleiros Templários havia conseguido expulsar os Mouros que dominavam Lisboa. Só completei todos os dados, posteriormente, ao saber que em seguida à expulsão dos Cavaleiros Templários da França feita pelo Rei Felipe – o Belo – Portugal os acolheu sob a criação de uma nova ordem, Os Cavaleiros de Cristo. Pedro Álvares Cabral era Grão Mestre dessa ordem, o que lhe deu condições de aportar na costa brasileira em 1500.  

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