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Reminiscências edipianas

Se Deus é brasileiro, ele deve estar dormindo! Desde o dia 06/09 estamos em agonia

Ilcéa Borba Marquez
Publicado em 11/09/2018 às 18:53Atualizado em 17/12/2022 às 13:23
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Se Deus é brasileiro, ele deve estar dormindo! Desde o dia 06/09 estamos em agonia, acompanhando mais uma tentativa de assassinato de uma liderança política, torcendo e rezando por sua sobrevivência! Não é a primeira vez que a esperança de muitos brasileiros se vê ameaçada de coerção pelos fatos inesperados, que acompanhamos passo a passo nos noticiários e contatos virtuais.

Na última quinta-feira, depois de um dia de muito trabalho, fui surpreendida pela notícia no meu grupo de que o candidato Jair Bolsonaro havia sido esfaqueado em praça pública, durante uma passeata, entre seus seguidores, na cidade de Juiz de Fora. Primeiramente, não acreditei, julgando tratar-se de Fake News, muito em alta nestes tempos. Logo em seguida, acessando um noticiário, concluí, assustada, que era tudo verdade e que o candidato estava hospitalizado e já em fase de tratamento médico especializado. Apesar de sempre escutar referências de um anterior atentado a tiros na caravana petista ao Rio Grande do Sul, não percebo igualdade entre as duas ações, principalmente pela ausência ou presença direta de vítima.

Das muitas manifestações de repúdio ao ato, chamou-me atenção a de Helio Schwartsman (FSP), em que ele esclarece as diferenças positivas entre a democracia e outras formas de governo devido à total descrença de todos com governança e governadores. Assim, ele concorda com a maioria quando afirma que o povo não sabe votar, decidindo por candidatos que apenas oferecem mentiras de benefícios ou, ainda, compram votos por bagatelas que depois serão repostas a favor do candidato por longos quatro anos de desvios de verbas. Há ainda aqueles que permanecem presos a ideologias ultrapassadas e claramente negativas apenas por total incapacidade de “mudar de ideia” ou “buscar inovações”. Não pude deixar de concordar com o artigo citado acima quando seu autor se lembra da maior contribuição da democracia: ainda não vimos guerras entre países democratas. Assim, a maior qualidade democrática é a possibilidade de alternância de poder já que o povo não sabe votar e nem os governantes o representam; aqueles em situação de comando representam apenas a si mesmos. Outra característica de extrema importância na democracia é a soberania constitucional mantida e defendida pela Justiça, a que todos estão submetidos, sem exceção.

Por isso, desejamos perceber nas ações judiciais a imparcialidade justiceira totalmente indiferente a quem se dirige uma ação punitiva. A Lei é para todos e deve ser imediata, principalmente em situações exemplares. 

(*) Psicóloga e psicanalista

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