ARTICULISTAS

As Comunidades Eclesiais e a Família Dominicana

A igreja de Uberaba sempre deu assistência aos empobrecidos. Numerosas são...

Terezinha Prado de Azevedo OP
Publicado em 20/03/2016 às 11:44Atualizado em 16/12/2022 às 03:00
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A igreja de Uberaba sempre deu assistência aos empobrecidos. Numerosas são as Entidades criadas em este objetivo e, não faltou também, a solidariedade da sociedade uberabense. Vaticano II trouxe nova inspiração para este trabalho.

Extraímos do histórico de 1983, do Pe Enzo Campagna, Somascos: “CEBs – A CAMINHADA DE UM POVO”: “De 1975 a 1978, em algumas Paróquias do Triângulo Mineiro, várias famílias foram se unindo e vivendo em comum a simplicidade, a fé, o compromisso mútuo. A reflexão da Palavra de Deus e a vivência Eucarística levaram estes grupos a enxergar, não só a sua realidade, mas também a do mundo. O Evangelho refletido lançou luzes sobre a vida e engajou o pessoal no esforço de luta pela libertação e transformação da realidade. Estudo, trabalho, entre ajuda, mutirão, reivindicação, combate à sociedade de consumo, são outros elementos que fazem parte desta maneira de viver: CEBs- Comunidades Eclesiais de Base”.

O período áureo das CEBs é o resultado das orientações do Vaticano II à Igreja, especialmente para a América Latina e Brasil, implantando a Teologia da Libertação, preconizadora da volta para os pobres e do seu protagonismo. Com o apelo da Igreja, Irmãs Dominicanas se inseriram nas classes sociais desprivilegiadas, por todo o Brasil. Fazendo memória de Frei Domingos Maia Leite e Frei Miguel Pérvis, registramos o apoio recebido dos Dominicanos. Pudemos contar ainda com a ajuda de pessoas da sociedade, de Congregações e, quando necessárias foram, reações contra injustiças, obtivemos compreensão do poder público. Assim, Uberaba, cidade e região, desde 1975, sob o pastoreio de Dom Benedito Ulhôa Vieira, se fez campo de semeadura do Novo Jeito de Ser Igreja. Formação cristã e orientação para assumir o protagonismo popular, eram metas objetivadas nas Comunidades, concretizadas na conquista de humanização e cidadania. Podemos citar: regularização de documentos, aquisição de moradias, infraestruturas, habilidades profissionais; criação de hortas e compras comunitárias, clubes de saúde, de trabalhos manuais, casas de acolhida para crianças e adolescentes.

A partir de 1996, se iniciou um retrocesso nesta caminhada, caracterizado pelo arrefecimento das Comunidades Eclesiais de Base. Clericalismo e correntes espiritualistas dificultavam a articulação. “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?” Com este questionamento de Jesus, a CNBB nos aponta e nos convida a abraçar a nova dimensão de Comunidades, claramente exposta no Documento “Comunidade de Comunidades, uma Nova Paróquia”. Um pequeno grupo de fiéis e religiosas dominicanas, com a assessoria de alguns Padres, se constitui no chamado Núcleo de CEBs. Responsável pela garantia e sustentação do que acredita ser sua missão, procura assumir a perspectiva do Documento 104. É forte objetivo sua integração com os Setores Paroquiais e com os Movimentos Sociais.

(*) Irmã Dominicana

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