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Educação parental e seus resultados

Ao elaborar o primeiro artigo para esta coluna, em dezembro de 2015, abordei o fato de a educação

Miralda Dias Dourado de Lavor
Publicado em 16/06/2018 às 20:14Atualizado em 17/12/2022 às 10:39
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Ao elaborar o primeiro artigo para esta coluna, em dezembro de 2015, abordei o fato de a educação parental estar sendo utilizada por vários países como forma de prevenir os malefícios de uma ruptura conjugal mal administrada, especialmente para filhos menores de 18 anos. A educação para o divórcio e rompimentos amorosos tem sido feita através de Oficinas de Parentalidade ou Oficinas de Pais e Filhos.

Uberaba possui este relevante serviço desde novembro de 2014, já sendo possível apresentar alguns resultados. Nestes quase quatro anos foram realizadas 58 oficinas, nas quais participaram 1.187 pessoas, entre pais, mães, crianças, adolescentes, avós, madrastas e padrastos.

Ao final de cada oficina os participantes preenchem uma ficha de avaliação, que possibilita mensurar o grau de satisfação dos mesmos. Na UFTM são realizados alguns trabalhos acadêmicos, coordenados pela Professora Dra. Luciana Maria Silva, com o objetivo de tabular os dados desta ficha, considerar o perfil dos participantes e, ainda, obter um feedback quanto aos efeitos da participação no projeto.

Um destes estudos, que abrange todo o ano de 2017, demonstra que dentre os que responderam a ficha avaliativa, 73% revelaram-se muito satisfeitos com a Oficina; 24%, satisfeitos, e 3% preferiram não opinar. E o mais interessante é que 100% dos participantes indicariam a Oficina de Parentalidade para outras pessoas.

O último trabalho desenvolvido para obtenção do feedback com 64 pais, cujos contatos são sempre realizados 60 dias após a participação de cada um na oficina, apresenta resultados muito positivos. Constata-se que 84,37% afirmaram que a participação foi significativamente positiva para lidar com os conflitos de seu processo judicial e que perceberam mudanças em suas vidas após a participação no programa. Já 75% relataram que as orientações ajudaram a refletir sobre a forma de agir com os filhos.

Durante as Oficinas de Parentalidade são repassadas boas práticas parentais, estratégias para enfrentamento desta fase de reorganização familiar e informações sobre os efeitos negativos que os conflitos intensos dos pais geram para os filhos. Também são feitos alguns esclarecimentos sobre guarda, direito de convivência, alimentos, alienação parental e formas de resolução de conflitos. Os estudos aqui referidos deixam claro que muito do que é repassado tem sido absorvido pelas famílias participantes, e benefícios já são experimentados pelos seus membros.

Para participar de uma Oficina, que ocorre mensalmente na UFTM e na Uniube, basta aceitar o convite da Justiça nos respectivos processos ou se inscrever pelo telefone 3313-6142 (das 12h30 às 14h30). Inserir-se no programa pode não ser a solução mágica para as dificuldades dos ex-casais e respectivos filhos, mas, certamente, propiciará mudanças positivas que poderão se reverter na manutenção e fortalecimento de vínculos afetivos familiares e, ainda, na melhoria da qualidade de vida dos integrantes do grupo.

(*) Promotora de Justiça de Família

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