ARTICULISTAS

Promotoras legais populares

Sempre vi com bons olhos o trabalho de pessoas que exercem realmente o bem, sem visar recompensa pecuniária

João Eurípedes Sabino
Publicado em 24/01/2019 às 21:48Atualizado em 17/12/2022 às 17:36
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Sempre vi com bons olhos o trabalho de pessoas que exercem realmente o bem, sem visar recompensa pecuniária. No Brasil, o voluntário é quase anônimo, quando deveria ser visto como herói. A beleza do voluntariado está no prazer de servir.  

Depois de ver uma reportagem na TV, andei pesquisando sobre o grupo de Promotoras Legais Populares em atuação no país. Fiquei fascinado.

Quem são as Promotoras Legais Populares? Encontrei em sites específicos as informações que aqui transcrev “As Promotoras Legais Populares (PLPs) são lideranças comunitárias capacitadas em noções básicas de Direito, direitos humanos das mulheres, organização do Estado e do Poder Judiciário, dentre outras temáticas pertinentes conforme o contexto do bairro ou da região no qual estão inseridas. Após uma formação de 80 horas/aula, as PLPs atuam voluntariamente em suas comunidades na defesa, orientação e triagem de demandas de violação de direitos; na prevenção de violações, através da educação sociocomunitária, e na promoção de direitos, com participação e representação em conselhos, conferências, comissões e fóruns”. Torço para que o trabalho das PLPs não tenha conotações políticas.

Há recônditos da sociedade em que o braço oficial não alcança e a convivência dos casais é, com certeza, o mais importantes desses campos. Aí entram as Promotoras Legais Populares, para promover proteção à mulher. O foco é a aplicação da Lei n° 11.340, de 07/08/2006, ou Lei Maria da Penha. Assistimos ao esforço do poder oficial em equacionar medidas protetivas para a mulher, mas, reconheçamos, estão longe do ideal. “Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil”, eis a triste realidade oficial, sem mencionarmos os crimes de ódio e aqueles não divulgados. Alguns Estados da Federação, à semelhança de certos países que, sob a égide da misoginia, ainda permanecem próximos à estaca zero nessa cruzada.

O voluntariado empreendido pelas Promotoras Legais Populares, feito um navio quebra-gelo, segue rompendo com preconceitos, dogmas e outros pensamentos enraizados. Precisamos apoiá-las, seja de qual modo for. 

Por não ser remunerado, o trabalho das Promotoras é realizado com absoluto desprendimento, o que faz da entidade a semeadora de sementes até então plantadas com parcimônia, qual seja: a proteção da mulher.

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