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Manobras estatísticas

Estamos a poucas horas das eleições eleitorais de 07/10/2018. Poucas vezes na história

João Eurípedes Sabino
Publicado em 04/10/2018 às 20:40Atualizado em 17/12/2022 às 14:10
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Estamos a poucas horas das eleições eleitorais de 07/10/2018. Poucas vezes na história tivemos um pleito tão confuso e que nos promete um futuro tão sombrio quanto agora. De um lado a esquerda jogando pesadíssimo para não perder a parada e, do outro, a direita fazendo tudo para não entregar o ouro já, no primeiro turno.

Não confio cegamente em pesquisas, depois que dois fatos eloquentes nos mostraram páginas que não dá para esquecer.

Primeiro fat Leonel Brizola, após 15 anos de exílio, voltou e almejou o governo do Rio de Janeiro. Até a última hora todas as pesquisas em 1982 eram a seu desfavor. Recorreu à Justiça, consertou os vícios da “grande mídia” e foi eleito triunfalmente. Governou o Estado do Rio de Janeiro de 1983 a 1987 e depois repetiu o feito de 1991 a 1994. Pelas “pesquisas” de então, Brizola jamais teria sido eleito.

Segundo fat em 1982, certo candidato a prefeito de Uberaba(*), visivelmente fragilizado diante do poder discricionário e econômico, ousou em levar adiante o seu projeto. Os da minha geração se lembram muito bem. Pela “lógica”, aludido candidato seria massacrado pelo rolo compressor do sistema e, se eleito, melhor era tirar o carro preto da chuva. Quanto mais lhe batiam, mais o candidato crescia, não obstante os que não queriam ver um negro no poder tudo fizessem para abortar a sua vitória. Surpresa geral: o candidato ganhou em todas as seções eleitorais de Uberaba. Esse fato a história não consegue explicar. O juiz eleitoral Dr. Virgílio Machado Alvim declarou dito candidato eleito na forma da lei, etc. e o diplomou. Vi o Fórum Melo Viana, na Rua Dr. Lauro Borges, 97, receber plateia nunca antes vista.

Hoje candidatos à Presidência que sabemos ser verdadeiros aviões sem asas para decolar estão pontuando nas pesquisas(?!). Como explicar que Brizola e o candidato uberabense, pouquíssimos citados em prognósticos, foram bem eleitos? Pesquisas são estatísticas. Ouvi de um saudoso mestre: “As estatísticas, quando manobradas, revelam números que na verdade nunca existiram”.

Que o vencedor no pleito presidencial nos afaste do futuro sombrio, do qual falei acima.

(*) Omiti o nome do candidato uberabense em respeito à legislação eleitoral.

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