ARTICULISTAS

Falando de diálogos II

Não é necessário passar por guerras ou terremotos para viver em um ambiente emocional

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 26/09/2018 às 19:05Atualizado em 17/12/2022 às 13:53
Compartilhar

Não é necessário passar por guerras ou terremotos para viver em um ambiente emocional cheio de estímulos estressantes, nesta fase digital atual. O acesso frenético dos pais viciados em aplicativos e redes sociais pode desenvolver insatisfação crônica, altos níveis de irritabilidade e ansiedade, o que os leva à intolerância, às frustrações, sendo que pequenas contrariedades os fazem perder a paciência, gritar, apontar falhas, dar broncas, criticar, prejudicando seus filhos, mentalmente e emocionalmente.

Por outro lado, pais que cantam e falam com o bebê em formação, colocando as mãos na barriga da mãe, dizendo o quanto o filho é amado, é bem-vindo, é aguardado, induzem a emoção do feto, que, após o nascimento, se identificará com os pais.

As grávidas precisam de diálogos constantes, os quais vão reduzir os pensamentos angustiantes, melhorar o foco, relaxar e induzir ao prazer. O diálogo leve e descompromissado é bastante positivo, deve ser frequente, pois atinge o bebê. 

As mulheres usam mais que os homens a resiliência – capacidade de lidar com as dificuldades e problemas, vencer obstáculos e não ceder à pressão, nas situações mais variadas. Sofrer calado, o que é sinal não de resiliência, força e coragem, mas da robotização do ser, da necessidade neurótica de estar sempre certo, é mais próprio dos homens. As mulheres democratizam mais sua dor e a exteriorizam mais, o que favorece a sua superação, ou seja, são mais resilientes. Nesse contexto, o diálogo é bem positivo para as mulheres grávidas. 

Pais e professores que substituem o diálogo pelo envio de mensagens não priorizam os filhos. Verifique se você usa celular na frente dos seus filhos, parceiros (as), amigos, em vez de ouvi-los, aplaudi-los, emocioná-los.

Pais e professores que são impacientes e intolerantes, que não sabem dialogar de forma inteligente e bem-humorada com seus filhos e alunos, não estão aptos para formar pensadores, porque não libertam seu potencial criativo, o que contribui para desenvolver mentes livres e saudáveis.

Quando você corrige seu filho ou aluno, você o entende a partir dele mesmo ou a partir de si mesmo? 

“Educar não é modificar a mente dos educandos, mas levá-los a pensar antes de agir; não é adestrar o cérebro deles, mas levá-los a desenvolver consciência crítica; não é cobrar demais, mas conduzi-los a ter autonomia; não é superproteger, mas estimulá-los a trabalhar perdas e frustrações; não é dar broncas ou punir, mas levá-los a ter autocontrole e a se colocar no lugar dos outros”.  

Interessante é estimular os filhos a dialogar desde pequenos, com risos, aplausos, emoções positivas. 

(*) Psicóloga Clínica

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por