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Que cidade é esta? – I

Karim Abud Mauad
Publicado em 12/03/2019 às 21:27Atualizado em 17/12/2022 às 18:56
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O Carnaval passou, fim da folia de Momo, vamos iniciar a caminhada. Todos agora se dão conta que um quarto do ano já foi e ainda se instala no Congresso Nacional, a Comissão que irá analisar a tão necessária Reforma da Previdência. Aliás, principal trunfo do atual governo central, pois a melhora da Economia é o único caminho factível para o país parar com este clima nefasto de nós e eles. As redes sociais estão repletas de brasileiros, uberabenses inclusive, torcendo pró ou contra Maduro na Venezuela, mas cuja desculpa e pano de fundo principal é falar de Bolsonaro, Lula e Trump, o Imperialista. Pode isto? O ganho para nós é duvidoso, apenas reflete a taxa de desocupação instalada e aborrecimento entre pares, amigos e familiares.   Na cidade também tem muita gente vivendo 2020, sem passar por 2019, aqui se observa a mesma colocação feita no plano nacional. Os prós a todo custo e os contras de qualquer jeito.   Para se opor ao que ocorre no centro da cidade, com a malfadada reforma do Calçadão e da Praça Rui Barbosa, vêm sempre à tona o Água Viva e o BRT, agora acompanhados do Estacionamento Rotativo. Até aí, tudo bem. Cada um tem sua opinião, desculpa ou busca de culpado para o que acontece lá na região Central da terrinha, de fato madrasta. É legítimo, é democrático. O que não procede é a quantidade de especialistas, entendidos, críticos de nada ou coisa alguma. O que temos lá são situações distintas, com causas e efeitos divergentes.   Neste espaço quero abordar cada um destes temas, mas agora vou fazer uma reflexão rápida sobre o centro da cidade e suas modificações. Até recentemente, a Prefeitura de Uberaba era nesta região, o Fórum também, os bancos ainda funcionavam em sua maioria apenas lá, só que isto mudou. É só caminhar pelas avenidas principais da cidade e perceber este esvaziamento, já que colaboradores com renda garantida migraram para outros bairros da cidade. Podia lembrar até dos distritos industriais, que concentram trabalhadores com melhor renda agregada. Então, o comerciante, empresário, usuário que não perceberem isto estarão fadados ao insucesso se mantiver ou resolver instalar seus estabelecimentos nesta região, com modelos de negócios antigos ou arcaicos.   Li recentemente artigos, comentários de vereadores e pessoas da área empresarial, entre outros, colocando a culpa do esvaziamento do centro em tudo que citei e acrescentando que a colocação de radares, limitando a velocidade a 30km/hora, irá ser a pá de cal para o comércio desta região. A colocação merece reparos, apesar de seu apelo para o aplauso fácil. Tudo isto é parte do crescimento da cidade, tudo ajuda ou atrapalha, a visão é pessoal, tudo pode ser melhorado, mas principalmente o diagnóstico precisa estar correto e não é o caso. A Uberaba de outrora não existe mais, o uberabense tradicional demanda o centro para poucas coisas, ele não utiliza o comércio central há muito tempo; não vai aos bancos, não usa bares e restaurantes, nem mais o lazer, afinal os cinemas ou acabaram ou viraram igreja, assim como os tradicionais clubes, nem preciso citar os nomes, só que tudo ocorreu antes destes fatos aqui colocados, BRT principalmente. Radar a 30km/hora, próximo à passarela do Calçadão, é indústria da multa, não é educativo (visão pessoal).   Encerro insistindo que se discuta de fato o Centro, com os usuários do Sistema, as Entidades de Classe e o Poder Público, mas sem paixão partidária e principalmente com os dados reais. Diagnóstico correto, insisto, é a base do bom planejamento. Uberaba merece isto.    

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