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Os quatro elementos

Fevereiro começa diferente em 2019, até o carnaval será em março. E acaba contrariando a tese

Karim Abud Mauad
Publicado em 12/02/2019 às 21:40Atualizado em 17/12/2022 às 18:08
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Fevereiro começa diferente em 2019, até o carnaval será em março. E acaba contrariando a tese de que o ano começa de fato só após o carnaval. O ano já começou no Brasil, governos novos, expectativas novas, congresso e assembleias legislativas novas, inclusive com a surpresa da escolha dos presidentes, com o velho jeito de se fazer política sendo substituído pelo novo jeito. Será? O tempo dirá, pois desde sempre, nem tudo que reluz é ouro. Cautela e observações vigilantes são o que nos cabem fazer. 

Os dois mais badalados ministros, Paulo Guedes da Economia e Sérgio Moro da Justiça já começam a se movimentar visando aprovar a reforma da Previdência e o pacote Anticorrupção, respectivamente, o primeiro considerado vital na recuperação do nosso crescimento econômico, deixando para trás esta terrível crise e desemprego assustadores e a segunda tentando moralizar o país, no uso adequado dos recursos dos impostos. Temos muito a percorrer e no meio  do caminho, a cirurgia  do  Presidente Bolsonaro, as incongruências de seu rebento senador, as intrigas palacianas, envolvendo o vice Mourão, dão o tom deste cenário e das dificuldades do caminho. No campo, um general no Incra e a portaria para importação de leite levam tranquilidade e  intranquilidade ao setor rural, mostrando as agruras e gerando desconforto no segmento mais pró presidente desde o início de sua trajetória, ainda candidato. Este assunto ainda vai render!

Este ir e vir ditarão o novo Brasil que se quer construir, onde a pauta liberal de Guedes será posta à prova a todo momento, já que desde 1500 nos acostumamos a ser um país propício ao capitalismo ancorado no estado. Este primeiro semestre é crucial para este novo tempo.

As diversas tragédias ocorridas em Brumadinho, nos viadutos de SP, no Centro de Treinamento do Flamengo, junto com a queda do helicóptero, onde estava o famoso jornalista Ricardo Boechat, demonstram que estamos com problemas nos 4 elementos, terra, fogo, água e ar. Estranho o nosso sentimento, já que nos acostumamos a ser o país abençoado por Deus, e de repente nos percebemos o país das “gambiarras”. Isto não é bom, precisamos retomar o caminho da seriedade/competência e da fé. Esta é uma simbiose perfeita para muitos, infelizmente não para todos. Foram tantas notícias tristes, aliadas às nossas perdas na terrinha, que parece já estamos em Finados.

Fico aqui torcendo para tudo caminhar bem e retomarmos nosso sentimento de alegria, com crise vencida, enxurrada de empregos, USC na elite do futebol mineiro em 2020, Calçadão para todos, nossos bairros em segurança e o povo aí sim, voltando a curtir o carnaval. Afinal, “quem não gosta de samba, bom sujeito, não é, é ruim da cabeça ou doente do pé”..., já dizia Dorival Caymmi, imortalizado por João Gilberto, no Samba da Minha Terra. Que os quatro elementos voltem a ser usados a nosso favor. 

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