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As comemorações dos 90 anos da Aciu

Em março de 2015, a ACIU realizará mais uma cerimônia de entrega do Troféu Antonio Carlos

Maria Antonieta Borges Lopes
Publicado em 20/10/2014 às 18:14Atualizado em 17/12/2022 às 02:52
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Em março de 2015, a ACIU realizará mais uma cerimônia de entrega do Troféu Antonio Carlos Guillaumon e durante o evento está programando lançar o livro que registra com muita fidelidade a história desta Instituição que caminha para o seu centenário.

A longevidade dessa Instituição em nenhum momento significou abdicar de sua função promotora do desenvolvimento econômico e social da cidade e da região que representa.

Uberaba, desde o século XIX, teve na agricultura de grãos e no comércio, as suas atividades mais lucrativas, às quais foi se acrescentando no decorrer do século XX, a da pecuária zebuína e de serviços.

A ACIU foi a 1ª Associação de Classe criada em Uberaba. Este pioneirismo tornou-a compromissada com o desenvolvimento, não apenas do comércio e da indústria, como também com o da cidade. Sua presença tornou-se marcante nas mais importantes decisões, que sinalizavam para os novos caminhos que deveriam ser trilhados.

A experiência foi lhe trazendo a capacidade de se adaptar e modernizar para acompanhar a evolução dos tempos e a modernização tecnológica, essencial para não se afastar do cumprimento de seus objetivos principais, colocados desde o seu primeiro estatuto. O cumprimento de suas metas e objetivos exigiu inúmeras vezes, um trabalho árduo, arrojado e nem sempre compreendido e reconhecido.

Desde os seus primórdios, a ACIU procurou se relacionar com as entidades congêneres de Minas, especialmente do Triângulo Mineiro e de outros estados da Federação. Isto lhe valeu exercer relevantes funções em momentos críticos da cidade e da nação. Suas opiniões sempre foram respeitadas e consideradas, através dos documentos e memoriais que produziu e levou aos Congressos das Associações Comerciais de Minas ou das Confederações. Este fator foi fundamental para que estendesse seu prestígio e credibilidade muito além das fronteiras do Triângulo e de Minas.

Nos primeiros anos, ainda em fase de organização e busca de novos sócios para fortalecer a Entidade, foi se tornando cada vez mais presente na vida da comunidade. A história da ACIU, na primeira metade do século XX, se confunde e se mescla com a história de Uberaba. Todas as necessidades, problemas e reivindicações da sociedade encontravam abrigo e apoio na ACIU. Houve décadas em que esta situação se evidenciou de forma mais marcante: as décadas de 1930, 1950 e 1960.

As décadas de 1950 e 1960 foram períodos de grandes batalhas para conseguir melhorias fundamentais para o desenvolvimento da cidade e para sua sonhada industrializaçã

- melhorar o fornecimento de energia elétrica;

- ter água de qualidade;

- canalizar os córregos que cortam a cidade o que implicava em iniciativas    de saneamento básico.

Estes problemas se mostravam muitas vezes insolúveis, não se encontrando apoio político no governo do Estado, para aqueles melhoramentos essenciais. A precariedade das ferrovias, pelas quais se escoava a produção agrícola de cereais, principalmente de arroz, a não execução das prometidas obras rodoviárias, tudo isto ocupava a cabeça das Diretorias em tempo integral.

A luta pela substituição da Central Elétrica local pela energia fornecida pela empresa de capital misto, a CEMIG, fundamental para qualquer tentativa de industrialização, durou anos e gerou muitos aborrecimentos. Seguiram-se os esforços para implantar o sinal de TV e o serviço de micro ondas, essenciais para a melhoria das comunicações.

A construção da rodovia Uberaba-Uberlândia durou anos, devido a divergências políticas quanto ao traçado sobre o qual não se chegava a um consenso. Paralelamente, desenvolvia-se a luta pela construção da rodovia Uberaba-Delta. A Anhanguera já quase chegava às margens do Rio Grande e sua continuação em Minas permanecia travada. A construção interminável da rodovia 031 (hoje 262) nos afastava de Minas e favorecia os movimentos separatistas do Triângulo, que almejava ser um Estado independente.

A luta contra o fisco mineiro gerava insatisfações generalizadas e reuniões intermináveis, que acabavam sem se chegar a um acordo. Por todas estas razões, as Diretorias da ACIU apoiaram, com firmeza, a solução separatista ou emancipacionista do Triângulo, contando com o apoio de outras associações da região.

Os anos 60 foram palco de um sonho alimentado por muitas diretorias e que se concretizou em 1966 com a criação, instalação e autorização de funcionamento da Faculdade de Ciências Econômicas, núcleo inicial do Sistema de Educação da ACIU, que, em seguida, fundou as Faculdades de Administração e Ciências Contábeis e vários outros cursos técnicos, que o mercado comercial estava a exigir.

O estabelecimento de parcerias com novos órgãos que foram surgindo em apoio ao progresso do comércio e da indústria, como o SESI, SENAI, SESC, SPC, SEBRAE trouxeram novos benefícios aos associados.

Mais recentemente a reforma do prédio, a construção do Salão Nobre, sempre solicitado para diversos eventos e de várias salas especializadas para cursos de informática, contabilidade e gestão empresarial aproximaram a Entidade cada vez mais de seus associados e da sociedade uberabense como um todo.

(*) Historiadora e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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