ARTICULISTAS

A rosa de Hiroshima

Há muitos anos, ainda no primeiro grau escolar, ouvi uma lição que contava sobre a bomba de Hiroshima

Ricardo Cavalcante Motta
Publicado em 14/06/2019 às 21:23Atualizado em 17/12/2022 às 21:38
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Há muitos anos, ainda no primeiro grau escolar, ouvi uma lição que contava sobre a bomba de Hiroshima. O dedicado professor fez tocar uma canção entoada pelo talentoso Ney Matogrosso, enquanto explicava a história do que se passou em Hiroshima. Um horror. Milhares de metros quadrados com toda sorte de vida destruída assim num instante, e pronto. Outro dia ouvi novamente aquela música no rádio, o que me fez rememorar. E confesso, nunca jamais consegui entender como aquele absurdo pôde acontecer. Homens importantes, que até se diziam Cristãos, tomar uma decisão tão desumana. Lá, sob a bomba, mães, pais, filhos, netos, bisnetos, bebês, amantes, pobres, ricos, flores, pássaros, enfim, vida de toda espécie, sonhos e esperanças. Bum! Acabou. De fato não consigo compreender, desde então, o que pode mover uma decisão deste jaez. Indiferença, impiedade, insensibilidade, ódio, poder... , que monstruoso. A rosa de Hiroshima, como descreveu o poeta. Nem mesmo cabe se cogitar singelamente que seria fruto da loucura de um homem, vez que uma decisão assim, dessa envergadura, não pode ter sido definida por um único homem, o que torna ainda mais grave o ato. Que diabos tomaram essa decisão? Dizem que do desenvolvimento bélico decorre muita tecnologia que depois beneficia o próprio homem. Financia-se a guerra e só o reflexo dela que beneficia a vida. E assim a humanidade segue, tomada pela ambição de poder, pela indiferença ao amor. O homem tem inveja de Deus quando fica contaminado pelo diabo e age assim. Mata individualmente e coletivamente sem se importar com as almas, as vidas, o amor. Fez assim em Hiroshima, no episódio da bomba atômica. Pior, como se não bastasse, ainda repetiu o ato em Nagasaki, três dias depois. Que vergonha humana. Jamais esse fato pode ser esquecido, para se evitar novas guerras, fruto da intolerância e da incompetência diplomática ou política, ou por meros interesses escusos ocultos. Expliquem-me o quanto quiserem, mas jamais conseguirei absorver Hiroshima e Nagasaki. O certo é que não devemos esquecer esse ato abjeto na história da nossa humanidade. Triste e vergonhoso. Por isso repriso, na esperança de que não deixemos reincidir.

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