ARTICULISTAS

O novo caminho

O menino cresceu rápido. Já não é um menino e sim um homem

Júlia Castello Goulart
Publicado em 11/06/2015 às 21:09Atualizado em 16/12/2022 às 23:46
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O menino cresceu rápido. Já não é um menino e sim um homem, que agora entrava na difícil experiência de ser adulto. O pai como fez com todos os outros filhos mais velhos, passaria um de seus mais valiosos ensinamentos, para que o filho pudesse seguir sozinho daquele momento em diante. Levou-o para uma estrada onde pararam entre dois caminhos. Havia uma placa indicand Direita para um caminho, e para o outr Esquerda. O filho pareceu confuso e perguntou rápido ao pai qual caminho deveria seguir. O pai sorriu muito paciente e disse que cada caminho definiria suas escolhas, suas ações e até sua forma de pensar e influenciar as pessoas a sua volta.

O pai apontou para o caminho da Esquerda e disse confiante: “Este, meu filho, é o caminho na qual os indivíduos lutam pela igualdade. Estas pessoas defendem que não devem existir diferenças sociais, que todos deveriam ter as mesmas oportunidades. Um poder maior cuida da economia e pode interferir em setores da vida social. O problema que muito destes ideais, são utópicos e nem sempre podem ser colocados em prática. Porque, meu filho... igualdade é uma coisa tão ambígua, o que é igualdade para um pode não ser para o outro. E sempre existirão aqueles que querem ter o poder, que querem ter mais que o outro”. O filho olhou um tempo para o caminho e concordou com a cabeça.

O pai apontou para o caminho da Direita e disse, confiante: “Este, meu filho, é o caminho onde os indivíduos lutam pelos direitos individuais. Estas pessoas defendem a liberdade de mercado, são contra a interferência de um poder maior, e colocam o patriotismo e os valores religiosos e culturais acima de quaisquer projetos de reforma sociais. O problema é que muitas vezes nos tornamos tão dependentes do ter, de notas verdes, que nos esquecemos do ser, do outro, do nosso próprio lar, a Terra. As notas verdes são tão importantes que pessoas matam e morrem por elas.” O filho olhou um tempo para o caminho e também concordou com a cabeça.

O pai ficou esperando uma decisão do filho. Ele teria que escolher qual caminho seguir. O filho olhou mais uma vez para os dois caminhos e sorriu. “Pai, por que preciso seguir um caminho? Por que estes ideais precisam definir as minhas escolhas e o modo que eu penso? Eu não posso tomar decisões pensando em um caminho, mas às vezes tomar decisões pensando no outro? As pessoas têm a necessidade de se autoafirmar nos caminhos e tomam decisões que às vezes elas mesmas não concordam, mas as fazem para não ser contra os ideais que defendem. Não escolho caminho algum. Escolho seguir os meus valores, os meus ideais, escolho ser o equilíbrio entre o caminho da Direita e o caminho da Esquerda. Escolho ser o centro, aquele que o senhor nunca enxergou, por estar tão preocupado valorizando ideais e criticando ideais opostos. Não existe um lado certo ou um lado errado, existe aquilo que as pessoas acreditam ser o melhor para elas mesmas e para toda uma sociedade.”

O filho escolheu o seu caminho, um novo caminho que se formava entre os dois que já existiam. O pai continuava parado entre os dois caminhos e deixou o filho seguir. Sorriu. Decidiu escolher novamente o seu caminho, somente ele com ele. Escolher aquele que mais se encaixasse com seus valores, aquele caminho que teria orgulho de seguir.

(*) Estudante

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