Polêmica, polêmica, polêmica... Veem-se hoje tantos assuntos que viram polêmica! Desses assuntos temos aqueles realmente importantes, como a “diminuição da maioridade penal”, e aqueles não tão importantes, assim como “a comissão de trás” da Paola Oliveira. Assim, independentemente do assunto, a polêmica vem se fazendo mais presente nas conversas, na mídia, e vira tema quase sempre, em jornais e revistas. E não podemos esquecer, claro, das nossas “necessárias” redes sociais. Essas sim batem recordes de polêmicas, e das radicais, entre os brasileiros. Mas, afinal, por que todo assunto hoje vira polêmica? Por que sempre achamos que essas discussões vão terminar em brigas?
Sempre escuto que o problema das redes sociais hoje é elas serem exageradamente usadas para expor a vida pessoal e como palco de críticas destrutivas, já que se pode ser anônimo. Para mim, esta afirmação já tem uma grande contradição. Se você opta por se expor exageradamente nas redes sociais, já deveria preparar-se para receber críticas também. E sério, será que realmente precisamos do número de “likes”, dos elogios comentados, para nos sentir autoconfiantes e felizes? Bom, para muitos sim. No fundo, todos nós, quando conquistamos algo, precisamos de alguém para nos aplaudir. E isso é ruim, porque parece que não fazemos nada para nós, e sim para o público que nos assiste, nos criticando ou nos elogiando.
Hoje, as pessoas adoram dar opinião de tudo para tudo. E isso tem seu lado bom e ruim. O lado bom é que as redes sociais, os blogs, os vlogs, por exemplo, possibilitaram o acesso a qualquer pessoa que queira dividir seus pensamentos, dicas, opiniões ao público. Podemos nos identificar, não concordar, mas as pessoas têm este meio de defender o que pensam, o que gostam, mostrando como um único assunto pode ter vários pontos de vista diferentes. Já o ruim lado, é que as pessoas não aceitam outros pontos de vista, outras ideologias, religiões, partidos que não sejam o seu. E este tipo de discussão normalmente toma o lado pessoal e termina com muitos xingamentos e brigas.
Assim, um dos maiores problemas é ver pessoas falando algo, confundindo a sua opinião com algo que não pode ser contestado, ou inalterado. Cada um deve ter a sua opinião, e deve defendê-la, mas, para saber se defender, é necessário ouvir uma opinião oposta, para usar a seu favor, como argumento. E por que parece que não podemos mudar de opinião e acabar concordando com o outro, caso isso realmente aconteça? Agora, o que sempre achei engraçado é ver pessoas que não querem de maneira nenhuma discutir. Porque relacionamos esta ação de discutir, com brigas, mal-estar e intolerância? Quero defender aqui porque a discussão de assuntos polêmicos é importante. Começarei pelo significado da própria palavra: “Ato ou efeito de discutir. Exame de um assunto por meio de argumentos; argumentação que tem por fim chegar à verdade ou elucidar dificuldades; debate”. Por isso, pelo próprio significado da palavra, fica claro que discussão nem sempre tem que ter um resultado negativo! Elas, quando bem aproveitadas, podem servir para quebrar tabus, aprender, ou até quem sabe se chegar a um consenso.
Continuei a ler os significados e encontrei: “Da Discussão nasce à luz”. E eu achei interessante esta afirmação, pois era exatamente o que eu defendia: o uso da discussão como forma de buscar “a luz”. Mas que luz? A luz do pensar, do conhecer, do agir, que deve nascer em cada brasileiro. Principalmente daqueles que “fazem” manifestações por um país melhor, mas não fazem nada realmente, mesmo que uma pequena ação, para mudar esta atual realidade em que vivemos.
Assuntos que viram polêmicas sempre existirão numa sociedade na qual temos vários pontos de vistas. Pessoas pensam, sentem, acreditam em coisas diferentes, ainda bem! Temos que principalmente conhecer, estudar o assunto para formar uma opinião e defendê-la. Devemos ouvir o outro, não precisamos concordar, mas devemos respeitar. Coloque estes assuntos em pauta, pergunte, duvide de suas próprias certezas, porque é assim que de pequenas opiniões surgem grandes propostas.
(*) Estudante
