ARTICULISTAS

Degradação humana

Talvez não exista nada mais complexo que o relacionamento humano...

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 23/03/2017 às 15:52Atualizado em 16/12/2022 às 14:27
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Talvez não exista nada mais complexo que o relacionamento humano. Viver em sociedade e com harmonia tem sido cada dia mais custoso. A facilidade e agilidade da informação, fidedigna ou não, principalmente extraída de páginas da internet e redes sociais, têm proporcionado uma pseudossensação de autossuficiência, tornando as pessoas mais ásperas e amargas.

Quantos de nós já não vimos, nas redes sociais, pessoas se ofendendo, denegrindo a imagem do outro, se atacando moralmente e se expondo a situações constrangedoras, sem se preocuparem com a repercussão e abrangência daquele ato, sem se atentarem para as consequências geradas às famílias e sem considerarem as sequelas que poderiam afligir a vida do sujeito. A sociedade se degrada com suas próprias atitudes.

Nada justifica a falta de respeito ao próximo. Nada justifica a calúnia, a difamação e a falsidade. Devemos seguir os desígnios divinos, das palavras do Papa João Paulo II: “A liberdade de procurar e dizer a verdade é um elemento essencial da comunicação humana, não só com relação aos fatos e à informação, mas também e especialmente sobre a natureza e o destino da pessoa humana, com respeito à sociedade e o bem comum, com respeito à nossa relação com Deus”.

O respeito, será que ainda existe? Parece esvaído, desaprendido ou desmemoriado. Ou perdido na debilidade da mais importante entidade social, a família. Somos reflexo da nossa postura e do nosso comportamento. Devemos respeitar o espaço do outro, compreender suas limitações e aceitar as mutações do ser humano.

Necessário se faz o resgate da solidariedade, da humildade e da caridade. Livrar-nos das amarras do egocentrismo e do desejo da derrocada alheia. Reestruturar as relações harmônicas, pois o indivíduo na solitude sofrerá com a pobreza do espírito e da alma. “Não vale a caminhada do homem só”.

Palavras construídas da sensibilidade de Terezinha Hueb, que acrescenta: “É preciso moldar um novo homem. Uma nova mulher. É preciso que prevaleça a convivência pautada pelo entrelaçamento harmônico entre os seres humanos para que sua caminhada se faça em caminho que fortaleça não apenas a própria vida, mas também a vida do irmão, a vida do outro”.

Fernando Hueb de Menezes

Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba, chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba

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