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Não estamos sós

No decorrer da vida somos constantemente desafiados por contratempos, capazes de desencadear...

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 12/01/2017 às 18:55Atualizado em 16/12/2022 às 15:46
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No decorrer da vida somos constantemente desafiados por contratempos, capazes de desencadear um remoinho de emoções e, muitas vezes, nos tirar do prumo. Não são raros os momentos de tristeza e frustração. Ao olharmos para os lados, nos indagamos: a quem recorrer?

Seria óbvio buscar o apoio dos pais, irmãos, do cônjuge e de outros familiares. Ou daquele antigo e próximo amigo. Mas em algumas situações, dependendo da adversidade a ser enfrentada, o ambiente não favorece. Nos sentimos constrangidos e nos recolhemos, abrigados no exíguo casulo que nos resta.

Aquela angústia incrustada no peito parece que nunca vai passar. As noites são mais longas, os invernos são mais frios e as palavras são mais ofensivas. Estamos sensíveis e acuados. Nos sentimos diminuídos. Como um barco à deriva, entregamo-nos às correntes que não nos levam a lugar algum. Perdemos o entusiasmo, a alegria e a vontade de viver. Estamos sós. Será?

Afirmo que não. Me permitam, citar uma passagem bíblica em que Jesus Cristo ressuscitado foi questionado por Tomé: “Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito”. Então Jesus oferece as mãos feridas para que Tomé possa crer, e sentencia: "Porque me viste, acreditaste. Felizes os que, sem terem visto, crerão". 

Esse episódio expressa a mais pura concepção da fé, também sabiamente abordada por nosso iluminado Chico Xavier: ”Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia”.

Independentemente de qual seja nossa religião, devemos acreditar que existe um ente superior que nos guia, uma energia universal que, quando bem solicitada, pode alterar o rumo a ser seguido, nos recolocando à rota certa. Não estamos sós! Mas nos cabe buscar compreender os meios que nos leva ao caminho da fé, pois somente ela pode ser capaz de confortar nossas inseguranças e nos encorajar a prosseguir. 

(*) Professor e Pesquisador da Universidade de Uberaba. Chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba

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