Arquivo JM
Proposta de venda de ações da Codau foi rechaçada pelo atual presidente da companhia, Luiz Guaritá Neto. Em entrevista à Rádio JM, ele afirma que os ativos não seriam atrativos para investidores da Bolsa de Valores e a eventual abertura de capital pode até levar ao encarecimento das contas de água em Uberaba.
A venda de ações da Codau vem sendo defendida pelo pré-candidato a prefeito pelo Patriota, Antônio Marques Neto. Ele afirma que a abertura de capital poderia viabilizar parte do recurso para a implantação do gasoduto até o Triângulo Mineiro.
Guaritá declarou ser totalmente contra a abertura de capital e considerou absurda a proposta de venda das ações, mesmo de forma parcial. Ele posiciona inicialmente que o projeto dependeria de uma mudança total na estrutura da companhia para se tornar uma empresa pública ou mista. "Servidores inclusive teriam que ser demitidos nesse processo", argumenta. Além disso, o presidente da Codau defende que a companhia hoje não tem foco em lucro financeiro e isso impactaria a avaliação dos ativos, não sendo um atrativo para possíveis investidores.
No entanto, caso a operação para abertura do capital fosse viabilizada, Guaritá afirma que a situação implicaria em alta na tarifa de água justamente para permitir o retorno financeiro aos investidores. "Ninguém vai investir para perder dinheiro. Tem que ter retorno", manifesta.
O presidente da Codau posiciona que a situação foi observada em municípios como Vitória da Conquista e Petrópolis. "Houve aumento exagerado da tarifa. As empresas que compraram as companhias de saneamento aumentaram significativamente o valor", salienta. Além do impacto na tarifa de água, Guaritá afirma que a taxa de esgoto também foi majorada com a entrada de parceiros privados. Segundo ele, a cobrança passou a ser de 100% a 120% da tarifa. "Isso aumenta ainda mais o preço do produto final para o consumidor", finaliza.
Quanto a utilizar a venda da Codau para levantar dinheiro para a construção do gasoduto, o presidente da autarquia também não considera o plano viável. Segundo ele, o duto depende da consolidação do projeto da planta de amônia para assegurar demanda pelo gás. Por isso, os dois empreendimentos precisam ser articulados de forma conjugada, não desvinculados.