ARTICULISTAS

A Hipócrita Ideologia

Poucas pessoas se dão ao trabalho de estudar a origem de suas próprias convicções. Gostamos

Solange de Melo M. N. Borges
Publicado em 02/05/2018 às 09:17Atualizado em 16/12/2022 às 04:06
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“Poucas pessoas se dão ao trabalho de estudar a origem de suas próprias convicções. Gostamos de continuar a crer no que nos acostumamos a aceitar como verdade. Por isso, a maior parte de nosso raciocínio consiste em descobrir argumentos, para continuarmos a crer no que cremos.” (J.H. Robinson)

Ora pelo mito, ora pela magia, o homem, desde os seus primórdios, quis justificar a sua existência, bem como a de todos os outros seres. Além disso, passou a conduzir as suas ações e comportamentos por alguma analogia com os ícones de suas crenças. Assim, durante séculos, justificou guerras, invasões, ritos macabros e uma divisão da sociedade apoiada em privilégios, justificados por alguma convicção. É evidente que essas sociedades evoluíram. Tornaram-se complexas tanto nas relações humanas como nas relações econômicas.

Os limites desta complexidade, não conhecemos. Mas, é sabido que o confronto entre as diferentes ideias que definem o comportamento dos diversos grupos sociais causa, em determinadas circunstâncias, graves desequilíbrios numa sociedade hierarquicamente organizada. Trata-se de ideologia. Essa espécie de projeto de sociedade que se desenvolve na cabeça dos grupos cujo objetivo é o da dominação de um sobre o comportamento dos demais que compõem a sociedade. Na prática, o estatuto da ideologia é uma verdadeira afirmação dogmática, especialmente em se tratando dos ideais da esquerda.

No Brasil, país historicamente de ordenação liberal e democrática, a ideologia de esquerda, representada por partidos que contestam a validade das instituições, a posse dos instrumentos de comunicação e a conduta capitalista do mercado, procura conseguir com eficácia e persuasão o acesso às massas e às pessoas pouco afeitas a análise criteriosa da realidade. Nos últimos quinze anos, esses indivíduos usufruíram totalmente dos “frutos do seu trabalho” com dedicação exclusiva para gerar a mais escabrosa situação econômica, política, financeira, ética e técnica que o Brasil já conheceu e viveu. Apesar das utopias propostas para a solução dos problemas do país, nenhuma pretensão de resolvê-los foi verificada. Ao contrário, os contestadores não pararam de divulgar o pior estatuto ideológico para a sociedade já combalida.

Na proposta macabra de arrastar o cadáver dos valores até os últimos degraus da decência e da moral, ativistas com assento nas Câmaras pregam o desrespeito às instituições, tentam impor a anarquia através da defesa das drogas, desagregação familiar, domínio dos traficantes, torturas e castigos impostos pela malandragem de alto calibre como, por exemplo, inimigos são queimados vivos. Não desistem da jornada perigosa; são malfeitores, seres humanos desprezíveis!

Nas universidades, especialmente nas públicas, a interpretação e a arrogância dos professores e equipe diretiva dentro do contexto leviano de uma pesada carga ideológica impõem, com base nas suas convicções, o posicionamento que os jovens deverão assumir. A perda da capacidade de se posicionar de acordo com os seus valores éticos leva os indivíduos a ficarem estúpidos.

Enfim, a nossa preocupação é com a apropriação da sabedoria dos nossos jovens para que façam as escolhas de acordo com o grau de democraticidade e cidadania. Somos os guardiões da sociedade e repudiamos qualquer ideologia que venha a se apropriar da nossa dignidade. Não admitimos a hipocrisia da ideologia dos “bonzinhos” que ocultam as verdadeiras causas do “holocausto” carioca. Nós não desistiremos, isto sim, de eleições limpas, de educação livre e da decência!

(*) Professora; economista

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