ARTICULISTAS

O jogo

O PT apostou todas as fichas no carisma de Lula

Rodrigo Mateus de Oliveira Signorelli
Publicado em 06/10/2012 às 20:57Atualizado em 19/12/2022 às 17:02
Compartilhar

O PT apostou todas as fichas no carisma de Lula e na popularidade de Dilma, mas até agora amarga desempenho aquém do esperado, nas capitais brasileiras. Para os candidatos do partido em Porto Alegre, Recife, Belém, São Luiz, Campo Grande, Porto Velho, Vitória, Natal, Teresina, Aracaju e Belo Horizonte a brincadeira deve acabar já no 1º turno.

As derrotas em Minas e em Pernambuco têm duplo amargor, pois se darão para Aécio Neves e Eduardo Campos, possíveis rivais em 2014, e serão debitadas na conta pessoal de Dilma e de Lula, respectivamente, que bancaram o racha com o PSB, nas duas cidades. Aposta pessoal de Lula, Haddad patina, pode cair fora no próximo domingo e ser o primeiro candidato petista a não disputar o 2º turno, em São Paulo, desde 1988.

Em cidades sem candidato próprio, como o Rio de Janeiro, o PT deve pegar carona na vitória do PMDB, estará na briga do 2º turno em Florianópolis, Manaus e Maceió, mas deve perder com aliados em Curitiba, Palmas, Boa Vista e Macapá. Somente em Goiânia o partido de Lula deverá liquidar a fatura, no domingo, e medirá forças, no 2º turno, em Salvador, Cuiabá, Rio Branco, Fortaleza e em João Pessoa.

O prejuízo poderá ser amenizado se os candidatos petistas, que ora lideram as pesquisas, confirmarem a tendência, em cidades com grande eleitorado, como Guarulhos, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Uberlândia, Montes Claros e Juiz de Fora, mas o fato é que o efeito da superexposição de Lula não aconteceu. A presidente Dilma praticamente não fez campanha para ninguém. Aparece em posters e placas, gravou para Haddad – após muitas cobranças – e só agora, na última semana, deu ao ar da graça, na campanha paulistana, para não ser culpada, caso o pior aconteça.

A se confirmar o resultado discreto nas urnas, este ano, o PT dependerá ainda mais da popularidade de Dilma para chegar, com conforto, em 2014. É aí que mora o perigo, pois os índices recordes de aprovação da presidente dependem da economia e a recente projeção do Banco Central de pífio 1,6% de crescimento do País não ajuda em absolutamente nada. Caso Dilma aguente o tranco e segure a inflação, dificilmente terá que se mudar do Palácio do Alvorada, mas os tempos serão outros, sem o messianismo de Lula, sem os aliados, antes dóceis, e sem a fé do povo que, um dia, acreditou que o PT era um partido diferente dos outros.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por