Cerca de 90% dos incêndios em Uberaba são de origem humana, diz promotor

Além da iminente seca prevista para o segundo semestre, as autoridades do Meio Ambiente de Uberaba começam a desprender operações para evitar os incêndios nas áreas de mato. A combinação entre clima seco e chamas pode acarretar em danos permanentes materiais e de saúde, aliada ainda a pandemia da covid-19, que afeta diretamente os pulmões e a capacidade de respiração.

De acordo com o coordenador regional das Promotorias do Meio Ambiente, Carlos Valera, em entrevista à Rádio JM, nove a cada dez incêndios são causados por ações humanas. Muitas vezes, deliberadamente, as pessoas colocam fogo em entulhos, sujeiras e lotes vagos, desprendendo labaredas perigosas e de rápido alastramento.

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Para solucionar essa questão, o Ministério Público iniciou ações de fiscalização com a Polícia Militar do Meio Ambiente e com o Corpo de Bombeiros. O intuito é formar brigadistas para prevenir incêndios de origem criminosa e combatê-los quando necessário.

“Ano passado foram qualificados mais de 600 brigadistas, fizemos um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com uma usina da região e entregamos para o Corpo de Bombeiros mais de R$ 1 mi em equipamentos. Semana que vem tenho uma reunião com o Sindicato Rural onde vamos fazer um trabalho com as comunidades, para qualificar brigadistas nestes locais e deixar disponível ferramentas para o combate. Estão sendo deflagradas duas grandes campanhas, onde vamos tentar sensibilizar as pessoas através da educação ambiental”, revela Valera.

Contudo, nada disso será efetivo se não houver a participação efetiva da população na prevenção dos fogos. O promotor argumenta que falta “educação, civilidade e consciência” nos agentes dos incêndios, prioritariamente na zona rural. Ele lembra dos desdobramentos da covid-19 na saúde da população, e alerta sobre a mistura entre cinzas e pulmão enfraquecido.

“Lembrando que os incêndios, além de trazer severos prejuízos ambientes e materiais, podem matar. Estamos enfrentando a pandemia de uma doença respiratória e imagina se alguém com o pulmão comprometido começa a inalar fumaça… Aproveito o espaço para implorar para as pessoas que tenham consciência”, finaliza o promotor.