ARTICULISTAS

Agricultura subsidiada

A oliquarquia rural foi sempre minha adversária histórica

Juarez Alvarenga
Publicado em 12/08/2012 às 14:18Atualizado em 19/12/2022 às 17:59
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A oliquarquia rural foi sempre minha adversária histórica. Mas, colocando a racionalidade no lugar e a inteligência na vanguarda, é importante ressaltar a importância estratégica da agricultura para o Brasil.

É neste setor que está concentrada a maior porcentagem de pobres do país. Além de produzir o imediatismo necessário capaz de manter o indivíduo em atividade e deslanchar em relação ao futuro, saindo por si próprio da própria miséria.

Por isto é necessário que o governo subsidie a agricultura. Temos vocação agrícola e investir ainda mais em agricultura é fortalecer um ramo condenado ao êxito excessivo.

O produtor rural, protagonista principal desta cadeia produtiva, tem que ter privilégios econômicos devido à sua importância social. Sabemos que é da índole da natureza humana a concentração de êxitos. Repassar ao trabalhador rural só com o fortalecimento da qualidade humana do boia-fria. Para isto é necessária mudança de mentalidade e criação de oportunidade por parte do governo. Antigamente, na agricultura existia apenas o primeiro degrau da escada. O trabalhador rural não tinha horizontes. Nascia e morria estagnado na profissão. A nova geração de trabalhador rural já está nascendo com nova mentalidade. Ama a vida no campo, mas com progresso profissional. Cabe ao governo criar escolas profissionalizantes perto das regiões agrícolas para os filhos dos trabalhadores rurais.

E, com a agricultura subsidiada, os produtores rurais terão como pagar melhor a mão de obra não especializada, eliminando a grande procissão de miseráveis restantes que ficaram para trás neste Brasil moderno.

Sou filho de bancário. Hoje vemos uma geração nova de filhos de bancários. São médicos, advogados, engenheiros de níveis regionais. Receberam a retaguarda econômica de seus pais, como eu, e resolveram o imediatismo, deslanchando na vida profissional.

É isto que sonho para o mundo agrícola. Que a nova geração de trabalhadores rurais tenha como resolver o imediatismo e possa construir um futuro promissor, mesmo que seja no mundo agrícola.

Sei que estamos num processo embrionário não tão evoluído como o mundo bancário, mas tudo tem seu início frágil até corporificar e fortalecer. Basta apenas acreditar e começar.

E quem sabe o filho do trabalhador rural se case com a filha do fazendeiro e isto não seja apenas moda de viola.

(*) Advogado e escritor

Coqueiral (MG)

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