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A responsabilidade

A responsabilidade é uma atitude exigente, que significa assumir as consequências do comportamento próprio

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 08/02/2019 às 21:33Atualizado em 17/12/2022 às 18:00
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A responsabilidade é uma atitude exigente, que significa assumir as consequências do comportamento próprio ou de outra pessoa. A ação responsável constrói história e se fundamenta no processo de libertação. Ela, assumida por agente vocacionado para fazer o bem, leva em conta o valor real de tudo que contribui para valorizar a vida das pessoas que estão ao seu redor. 

Estamos assistindo a uma situação muito preocupante no mundo, especialmente no cenário brasileiro, fruto de atitudes totalmente irresponsáveis. A violência que atinge as mulheres é uma dessas realidades, mas também aos vulneráveis de todo tipo, que causa na população perplexidade e muita insegurança, porque a vida humana está sendo ameaçada de muitas formas.

Existe uma profanação generalizada e até impiedosa dos ambientes, das consciências e de tudo que é constituído sagrado. O mais atingido é a pessoa humana, porque não está sendo vista como imagem e semelhança do Criador. Parece que valorizamos os animais de estimação com maior afinidade do que aos seres humanos. Os valores não podem ser tomados de forma irreal e confusa.

Está visível na sociedade hodierna uma prática de amor sem responsabilidade e sem compromisso. O verdadeiro amor significa entrega generosa e livre. Foi justamente o que aconteceu com Jesus Cristo, terminando sua vida com a morte na cruz. Mas, realizando um ato de muita responsabilidade, tendo como objetivo a salvação da humanidade. Não ama quem agride a vida alheia.

O apóstolo Paulo vê no amor um ato de responsabilidade. Ele diz que tudo que a pessoa faz tem que ser feito com caridade, mas fundamentada na justiça (ICor 13,1-13). O ódio, a vingança, o egoísmo, as rixas, as injustiças, etc., são situações concretas de falta de amor. É necessário ter consciência precisa de que sem a prática do amor as pessoas não chegam a lugar nenhum.

Não podemos colocar barreiras para que as pessoas se libertem das maldades. O Papa Francisco fala de “construir pontes”, sem fronteiras de libertação, para ajudar a quem tem necessidades essenciais para conseguir uma vida feliz. Somente o encontro com o outro será capaz de levar a um encontro pessoal com Deus. Mas tudo passa pelo crivo da responsabilidade e do amor sincero. 

(*) Arcebispo de Uberaba

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