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Cuidar do Brasil

A desconfiança causa insegurança e prejudica a normalidade da vida no país

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 21/09/2018 às 19:49Atualizado em 17/12/2022 às 13:44
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A desconfiança causa insegurança e prejudica a normalidade da vida no país. Apesar de o cuidado ser de todos os brasileiros, o peso se torna maior nos ombros dos governantes políticos, porque são eleitos para isso. Para muitos, a confiança tem que ser em Deus, mas a responsabilidade na construção do bem comum está em nossas mãos e isso se torna grave no momento das eleições.

Deus não abandona o seu povo e lhe dá segurança para não perder o rumo. Vários líderes foram responsáveis na caminhada e agiram com determinação. Moisés exerceu uma missão política na condução do povo. O seu modo de agir e administrar esteve sempre em sintonia com Deus em quem ele buscava orientação para exercer uma gestão com real fidelidade e em benefício de todos.

O cuidado que se deve ter com o Brasil precisa estar apoiado na justiça e na verdade. Isso significa que o poder não é fazer valer a força sobre os mais fracos, em eliminá-los porque são vistos como incômodo e peso para a sociedade, mas ajudá-los na superação de seus limites. Essa é a tarefa de todos os dirigentes e daqueles que têm algum compromisso diante do povo.

Quem age “brigando” pelo poder, na verdade, não ajuda muito. O poder dos políticos, na maioria das vezes, não passa de preocupação econômica que beneficie seus próprios interesses. Não é a economia do país no sentido de administrar bem, de partilhar o bolo com mais equidade entre os cidadãos, porque o bem comum conforme a doutrina social não é a meta principal.

Entre os discípulos de Jesus também havia a preocupação com o poder. Eles discutiam para saber quem seria o maior, havia ambições desmedidas, mas Jesus os repreende dizendo que o maior é aquele que mais serve os demais. Portanto, o poder tem que coincidir com o serviço de doação que a pessoa realiza. Jesus fala de gratuidade e desinteresse egoísta no exercício do poder.

Falar de cuidar do Brasil, mas também pensando no descuido que acontece em relação a tudo, entendemos o porquê da destruição, por incêndio, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde uma rica história milenar desapareceu com o fogo. Os trabalhos de preservação e de segurança ficaram sacrificados por causa de burocracia. São situações lamentáveis em nosso país. 

(*) Arcebispo de Uberaba

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