Com o olhar no passado, Gustavo acredita ter chegado ao Corinthians cedo demais. Não estava pronto, apesar de ter 22 anos em 2016, quando foi contratado. "Já me chamavam de Gustagol na época. Mas sabe como é. Este tipo de apelido vale quando você está fazendo gols. Se não está, vira gozação", constata o centroavante, hoje com 24 anos, à reportagem.
No Parque São Jorge, ser Gustagol se tornou motivo para zombaria porque ele deixou o clube sem ter marcado nenhuma vez. Mas ninguém ri agora.
Gustavo é o maior artilheiro do futebol brasileiro em 2018. Máximo goleador da Série B pelo líder Fortaleza, tem 26 gols na temporada. Isso apesar de ter ficado 50 dias afastado após sofrer fratura no braço.
Gustavo não faz muita questão de esconder que gostaria de ter outra chance no Corinthians. Ele próprio mostra incômodo com o futebol que mostrou em 2016, as chances perdidas, os momentos em que se atrapalhou com a bola na área e a irritação que causou na torcida. Não ajudou nada ter feito uma tatuagem na perna usando a camisa 9 do time assim que foi contratado, antes de mostrar o que poderia fazer em campo.
A estatística de zero gols marcados não mente. Os sete anotados no total nas passagens por Bahia e Goiás também não empolgaram. Foi com Rogério Ceni no Fortaleza que conseguiu reerguer uma carreira que parecia incerta.
"Quando eu cheguei aqui coloquei na cabeça que precisava mostrar para todo mundo que eu não estive no Corinthians à toa. Sempre soube fazer gols. Minha passagem pelo Corinthians não foi boa, mas sei que quando voltar, estarei mais maduro, com pensamento diferente. Faltou um pouco de experiência em 2016", acredita, antes de finalizar: "Gostaria de ter uma nova chance."