ARTICULISTAS

Verdadeiro holocausto

Confesso que estou estarrecido e decepcionado com nossos políticos e nossos empresários

José Paulo Rocha
Publicado em 10/11/2011 às 21:18Atualizado em 19/12/2022 às 21:26
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Confesso que estou estarrecido e decepcionado com nossos políticos e nossos empresários donos de grandes fortunas. Com o que estão fazendo com milhões de brasileiros abandonados pela saúde pública, de poucos recursos e que, sem plano de saúde, estão indignados com o Congresso Nacional, que até a presente data não descobriu uma solução para esse problema.

Chega a consternar todos nós, brasileiros, a situação das quantas pessoas agonizam em dor, em desespero pelo abandono, em longas esperas para ser atendidas em hospitais da rede pública, em corredores frios, em cima de macas improvisadas. Isso tudo por um simples motiv a insensibilidade do poder público e dos políticos.

Em se tratando de saúde pública, não deveriam existir rivalidades políticas e jogo de interesses. O objetivo essencial, na minha interpretação, é a vida de seres humanos.

Onde está a dignidade humana, quando milhares de pessoas, sem recursos, agonizam por falta de estrutura? Como avaliar o sofrimento, o desespero de um pai ou mãe ao ver seu filho agonizando sem ter assistência digna por parte das instituições pública e particulares nesse imenso Brasil?

Quais argumentos tributários, econômicos, poderiam superar o sofrimento e o desespero de um pai ou mãe ao ver seu filho sem assistência digna?

Aqueles que discordam da legitimidade da Contribuição Social à Saúde – CSS, são egoístas, individualistas, indiferentes, ignorando o sofrimento do povo brasileiro que não pode pagar planos de saúde – não tendo acesso aos melhores hospitais e a todos os tipos de tratamentos. Não reconhecendo o sofrimento do próximo, renegando ao pobre um Brasil mais justo e mais humano. Desconhecendo que nos corredores frios dos hospitais públicos padecem pessoas sofridas num verdadeiro holocausto – sem a mínima atenção do Estado.

Há um ditado popular que diz: suporta-se com tranquilidade e paciência a dor no fígado alheio. Assim os Congressistas estão procedendo diante desta realidade, fazendo-se de cegos e mudos. Fazendo penitência com o joelho dos pobres brasileiros.

A Contribuição Social à Saúde ou “Imposto sobre Grandes Fortunas” é uma questão política humanitária, e não de empresários da avenida Paulista e políticos do Congresso Nacional que se beneficiam de atendimento de Hospitais de referência mundial. E até mesmo hospitais em países de Primeiro Mundo, com dinheiro e recursos do pobre contribuinte brasileiro.

A grande vantagem da CSS é que não tem sonegação e aqueles que praticam a sonegação não são os pobres, mas aqueles indiferentes e cruéis aos sofrimentos do brasileiro desprovido.

A CSS é uma iniciativa muito importante, a fim de oferecer uma saúde pública digna. Essa contribuição não pode ser interpretada dentro do aspecto tributário, arrecadatório, dentro de uma visão mercadológica, quando a questão é a saúde.

Cabe aos homens públicos que têm sentimentos de caridade, compaixão e misericórdia – tão bem observados nas sagradas escrituras por Jesus – fazer uma reflexão de forma consensual, a fim de resolver de vez esse problema nacional. Evitando explicações esfarrapadas e irresponsáveis, própria de poderes com interesse políticos, corrompidos, conspurcados, indiferentes à sorte daqueles que necessitam da saúde desta nação.

Ainda tenho esperança em nossas autoridades públicas. Resta-nos a última esperança, o derradeiro lamento, o último grito de socorro. Caso contrário, haverá sentimentos de frustração, revolta, dor, tristeza e desesperança – gerando calamidade nacional.

(*) Cidadão brasileiro, mineiro, 71 anos, aposentado e pai

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