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Carnaval e surrealismo

Surrealismo? Sim, movimento literário e artístico caracterizado pela expressão espontânea

Sandra de Souza Batista Abud
Publicado em 19/02/2015 às 20:01Atualizado em 16/12/2022 às 03:38
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Fevereiro. Tempo de carnaval. Tempo de escolas de samba, de blocos carnavalescos, de trios elétricos. Tempo de surrealismo.

Surrealismo? Sim, movimento literário e artístico caracterizado pela expressão espontânea e automática do pensamento. O Surrealismo é deliberadamente incoerente e ditado pelo inconsciente. Outra característica do movimento é a prevalência do sonho, do instinto e do desejo. Importante? Pregava a renovação de valores, tanto morais, políticos, filosóficos quanto científicos. Encontram-se informações históricas de que o Surrealismo foi lançado por André Breton, em 1924, e também que foi batizado pelo escritor Guillaume Apollinaire, ambos franceses.

E, no Carnaval de 2015, nas maravilhosas Escolas de Samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, o que se explorou bastante? O Surrealismo e as possibilidades que ele permite criar.

Descrito como “grito da mente”, esse movimento artístico valorizava a espontaneidade e o rompimento com as convenções da realidade. O Surrealismo teve início nos anos 20, em Paris, e se manteve até meados dos anos 50, num período influenciado pelas grandes guerras e muito experimentalismo artístico. Pensadores como Lacan e Freud foram grandes influências para os precursores do movimento, já que seus estudos psicológicos davam vazão à imaginação e ao sonho

Quem são os principais artistas do Surrealismo? André Breton, psiquiatra, crítico literário e poeta, viu nas patologias psiquiátricas várias fontes de criação artística. Publicou em 1924 o Manifesto do Surrealismo. Criou a técnica da escrita automática, colocando no papel o que lhe vinha na mente, confiando no poder do subconsciente. Max Ernst, um dos primeiros a levar o Surrealismo aos quadros e às esculturas, à literatura e, como ator, ao cinema, em 1922. Luis Buñuel, após estudar Letras, Ciências e Artes, em 1925 produziu seu primeiro filme, surrealista, em Paris, Um Cão Andaluz. Era a primeira vez que imagens de grande impacto e beleza se sobrepunham ao roteiro e enredo, polêmicos e erótico. Salvador Dalí se consagrou como surrealista em 1929, após contribuir com Buñuel e juntar-se ao grupo surrealista parisiense, com a obra A Persistência da Memória. Joan Miró iniciou suas contribuições surrealistas em 1924, como escultor, pintor, gravurista e ceramista. René Magritte, pintor da Bélgica, usava técnicas ilusionistas, alegando “não pintar a mesa, mas sim a emoção que ela produz em si”. Man Ray, mesmo sendo um dos fundadores do dadaísmo, praticava o Surrealismo, afirmando não fotografar pessoas, mas suas fantasias, a partir da sobreposição de objetos e um cenário construtivo e provocante.  Uma de suas imagens surrealistas mais marcantes é Lágrimas de Vidro.

(*) Psicóloga Clinica

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