No mês de agosto, a liturgia católica coloca em realce a festa da Assunção corpórea de Maria Santíssima, dogma de nossa fé, proclamado pelo Papa Pio XII.
A priori poder-se-ia quase que adivinhar que, no pensamento do Onipotente Eterno inicialmente e depois se confirmar com a revelação, a Mãe de Deus seria preservada do pecado de origem pela escolha privilegiada de vir a ser a verdadeira Mãe do Redentor-Deus, o sacrário puríssimo de sua concepção corpórea. E ainda, Deus cumularia de beleza A que seria sua Mãe, e de fato o fez, tanto que o Anjo da anunciação a chama de “cheia de graça” (o texto grego de Lucas nomeia “kekaritomene”). Este privilégio nos foi revelado pelo Evangelho de Lucas. É Ela a única criatura a que a voz de Deus, pelo Anjo, trata assim.
Sentimo-nos felizes por saber pela palavra do Anjo que é Ela a única criatura “cheia de graça – privilégio, pois, que Deus teria de fazer em favor de sua Mãe”! Razões de sobra Deus tinha para este singular privilégio. O corpo imaculado daquela que iria ser o sacrário onde formaria o corpo humano do Redentor, deveria ter, desde o princípio, o privilégio de não ser manchado pelo pecado. Como o prometido Redentor poderia vir em pessoa manchada pelo pecado?
É esta singular concessão da graça, portanto de perdão, que Deus fez a Maria Santíssima, dando-lhe um corpo sem a nódoa do pecado e elevando-o à morada celeste.
A ternura dos cristãos à Maria se expressa brilhantemente na festa da Assunção. É Ela, Maria, a Mãe de Deus, nossa também, a “Porta do céu”, cuja entrada se abre àqueles que souberam amá-la e venerá-la.
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro