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O mesmo conselho

Ouço que os tempos mudaram. De fato... Mas, quem mudou mesmo, foi o homem...

Manoel Therezo
Publicado em 01/12/2017 às 20:09Atualizado em 16/12/2022 às 01:53
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Ouço que os tempos mudaram. De fato... Mas, quem mudou mesmo, foi o homem. Em outros tempos, falavam que o “Homem que fosse homem, não chorava”. Como hoje em diversos momentos se o tem visto chorando, ninguém mais fala nisso. Falavam também, que a vaidade era um direito tão somente das mulheres e que o Homem que fosse homem, com personalidade formada, isto é; com juízo formado, não haveria de se enfeitar como aquelas. É justamente por aqui, que as coisas mudaram. Hoje, é comum, ver homens enfeitados com brinquinhos, braceletes, correntinha dependurada ao pescoço, bem como com a barba crescida lhes ferindo horrivelmente a aparência, até mesmo nos parecendo descuidos com a higiene. Quem ler a evolução do homem primitivo, logo compreenderá que todos naturalmente foram deixando as características de seu primarismo porque, à evolução assim lhe exigia—mas, parece que ainda alguns conservam certas coisas que nos obrigam perguntar: Qual objetivo, os barbudos esperam alcançar deixando a cara peluda? Pelo que se vê, estamos na (virose) do homem barbudo e das novelas com seus jantares. regados a vinho. Como nada se sabe dessa síndrome, resta nos fazer crer que apenas se acreditam importantes e imponentes com barba crescida, quando ao contrário, deixam transparecer o seu espirito vaidoso e copiador de coisas de outros que invejam. Ver hoje alguns de barba feita e amanhã, surpreendentemente com a cara peluda, já não mais é de nos espantar—mas, o que nos espanta muito e mesmo, é ver saindo da escola, molecotes com tênis sujos e cambetas, molecotes crescidos e sem Juízo formado, vaidosamente começando a se enfeitar com os seus primeiros ralos fiapos de barba. Vale lhes sugerir que leiam “Tertuliano”, de Artur Azevedo, no mesmo Conselh

Tertuliano, frívolo peralta.

Que foi um paspalhão desde fedelho,

Tipo incapaz de ouvir um bom conselho.

Tipo que, morto não faria falta.

Lá um dia, deixou de andar a malta,

E, indo à casa do pai honrado velho,

A sós na sala, diante de um espelho,

À própria imagem dizia em voz bem alta:

Tertuliano; és um rapaz formoso!

És simpático, és rico, és talentoso!

Que mais no mundo se te faz preciso?

Penetrando na sala, o pai sisudo,

Que por trás da cortina ouvira tudo,

Severamente lhe respondeu: — Juízo.

(*) Professor (emérito) da Faculdade de Odontologia; ex-vice-diretor-geral das Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube)/portaria 5/76

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