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Saúde óssea x saúde geral, uma ligação pouco conhecida

Cientistas de vanguarda em osteologia (pesquisa óssea) estão descobrindo que

Dr. José Fábio Lana
Publicado em 13/03/2012 às 11:05Atualizado em 19/12/2022 às 20:48
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Cientistas de vanguarda em osteologia (pesquisa óssea) estão descobrindo que, além de desempenhar importante papel imunológico, a produção de células sanguíneas e as funções do sistema nervoso, um esqueleto saudável é também essencial para o controle insulínico, o metabolismo energético e a manutenção do peso.

A osteoporose, doença comum dos ossos, é responsável por

2,6 milhões de idas aos consultórios médicos e 180 mil visitas médicas em lares por todos os Estados Unidos, a cada ano. Em 2020, esta condição de vida irá afligir potencialmente quase metade de todos os americanos com mais de

50 anos. Por trás desta tendência alarmante encontra-se uma ameaça ainda maior para a saúde pública, a maioria dos médicos desconhece essa relação esqueleto saudável x saúde.

Acontece que ossos fortes e saudáveis desempenham um papel muito maior na saúde geral do que o anteriormente conhecido. Até recentemente, o esqueleto humano era conhecido por servir três funções básicas: Apoio estrutural para os músculos e proteção para os órgãos internos, reservatório de íons minerais importantes, como cálcio e magnésio, e, finalmente, a medula que é um espaço entre alguns ossos por todo o corpo, que é responsável pela produção de sangue, tecidos e uma parte importante do sistema imune.

Há cinco anos, no entanto, os cientistas descobriram uma quarta e inesperada função. As células formadoras de ossos, também chamadas osteoblastos, produzem um hormônio que age como uma proteína sinalizadora, chamada osteocalcina. Foi descoberto que a osteocalcina estimula a secreção pancreática de insulina e, com isso, ocorre uma consequente melhora a sensibilidade à insulina nos tecidos em todo o corpo.

A osteocalcina também reduz a formação de tecido gorduroso, pois níveis mais elevados de osteocalcina foram relacionados a níveis mais baixos de leptina e é sabido que o tecido gorduroso é o maior sítio de produção da leptina. A leptina é um hormônio proteico, também chamado “hormônio da fome”, que se liga a receptores específicos no cérebro, levando ao sistema nervoso central um sinal de saciedade, que reflete a quantidade existente de energia em forma de gordura no organismo. Como você leu acima, o excesso de osteocalcina suprime a leptina e assim se torna importante no controle do peso.

Porém, níveis mais altos de leptina são paradoxalmente prejudiciais, da mesma forma que pacientes diabéticos podem desenvolver resistência à insulina, algumas pessoas podem desenvolver resistência à leptina, o que impedirá a sensação de saciedade. Indivíduos obesos apresentam essa resistência.

Quando elevados patologicamente, os níveis de leptina são prejudiciais para múltiplos tecidos no organismo e são relacionados com resistência à insulina, inflamação, acidente vascular encefálico, hipertensão e outros perigos para a saúde. Níveis elevados de leptina também exercem um efeito adverso sobre a função da osteocalcina, diminuindo sua capacidade de construir um novo osso, e ameaçando seus ossos.

Você vai descobrir, na próxima coluna, como o cálcio, magnésio e o potássio, juntamente com vitaminas D3 e K, agem de forma a otimizar as funções dos ossos e de todo o sistema de saúde.

Referências:

Guadalupe-Grau A, Ara I, Dorado C, Vicente-Rodríguez G, Perez-Gomez J, Cabrero JC, Serrano-Sanchez JA, Santana A, Calbet JA. Eur J Appl Physiol. 2010 Oct; 110(3):635-43. Epub 2010 Jun 24

Kim YS, Paik IY, Rhie YJ, Suh SH. Integrative physiology: defined novel metabolic roles of osteocalcin. J Korean Med Sci. 2010 Jul;            25(7):985-91.

 

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