Dia do Trabalhador

Primeiro de Maio, quase no mundo todo, é o Dia do Trabalhador. No Brasil, era esse o dia em que Getúlio Vargas, quando no poder, encontrava-se com os trabalhadores no Estádio São Januário e os presenteava com alguma lei, visando à melhoria das condições de trabalho. 

Este ano, dentre as reportagens da mídia sobre essa data, interessei-me por uma sobre a China, país onde essas comemorações duram quatro dias, durante os quais o povo visita a Grande Muralha. Feita de pedras, tijolos e terra, ela atravessa o Deserto de Gobi e é uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Construída de 215 a.C. a 1568, tem 8,850 quilômetros, 7 metros de altura, 5 de largura, e visava evitar invasões. Com a visita em massa à Muralha, chineses homenageiam 400 mil homens que morreram construindo-a e nela foram enterrados, o que faz dela o maior cemitério do mundo.

As dificuldades que enfrentaram os construtores desse monumento ficaram para a história. Os novos tempos mudaram a forma como as coisas são feitas, extinguiram algumas profissões e criaram outras. E outras ainda hão de vir, conforme se façam necessárias. Mesmo com tantas mudanças, muitos trabalhadores acalentam uma ideia do tempo da escravidã pensam no trabalho como um castigo e amaldiçoam as segundas-feiras – dia da semana em que a maioria volta ao serviço, depois de um bom descanso.

É sagaz quem se ocupa da atividade de que gosta. Assim, experimenta o prazer de voltar à labuta depois do descanso, sente a alegria de fazer algo que o distingue dos demais e que faz a sociedade crescer. Esse trabalhador tem ampla visão do trabalho que realiza. E entender-se como parte de um processo amplo é o que conduz cada indivíduo à realização pessoal e profissional, eleva a autoestima, além de garantir o sustento pessoal e familiar.

Bem-aventurado é quem ama o trabalho e, com ele, faz a diferença na vida de muitos; quem opta pela qualidade do que produz respeita os superiores e colegas de trabalho e os ajuda e incentiva, trabalha com ética, responsabilidade e disciplina, e retorna ao lar sabendo que fez o seu melhor. 

Com nosso trabalho, podemos tornar o mundo mais favorável. Essa consciência nos impulsiona a desenvolvermos nossas habilidades, a nos aprimorarmos dia a dia, para que a sociedade possa usufruir de nosso potencial. É esse o nosso legado para as novas gerações. E nosso exemplo como trabalhadores as motivará a continuarem o que começamos, mesmo que aquilo que fazemos não seja uma Grande Muralha da China e mesmo que a forma de trabalho precise ser modificada algum dia. Feliz daquele que sente que seu trabalho e exemplo valeram a pena.