Olá, 2019. Vamos conversar?

Caro 2019, você foi recebido há três meses com muito apreço, em todo o planeta. Por todos os países e em todas as línguas, milhões de brindes de feliz Ano Novo foram feitos. Além da usual comilança no seu advento, aconteceu aquele famigerado foguetório capaz de extenuar nossos gatinhos, cachorros e outros pets. 

Você foi saudado com carinho e este é o pont com a inolvidável expectativa de dias mais prósperos. Está lembrado disso? Pois é! Contudo, em vez de tempos melhores, você está marcando seu curso pela Terra com episódios árduos. Inspire-se, caro 2019.

Salvo melhor juízo, parece que a humanidade quer quebrar recordes de assassinatos. Quando a atrocidade não acontece como o planejado pelos marginais, eles deixam as vítimas gravemente feridas.

E é significativo o número de crimes contra crianças e adolescentes em casa, nas escolas, igrejas, ruas, em parques... em todos os lugares, além de eles serem atormentados pela rede social: recebem mensagens pornográficas ou são vítimas de bullying. Ou uma boneca se intromete na programação infantil, obrigando a criança ao suicídio. (Infeliz de quem teve a abjeta ideia de arquitetar esse perverso desafio para almas inocentes!)

E, pelo mundo, o clima tem registros impactantes: ciclones, tempestades de neve, incêndios exterminando homens, casas, florestas.

Ditadores riquíssimos, com sua fome de poder, vetam até mesmo a entrada de alimentos no país, martirizando seu povo, que já vive na indigência.

Aqui, no Brasil, doze milhões de cidadãos estão sem emprego. E, assombrosamente, corruptos ainda agem, mesmo vendo a sorte de seus companheiros. E quando a Justiça logra confinar esses canalhas, aparece alguém com autoridade para libertá-los. 

Por favor, caro 2019, trate de se aprumar e cumpra seu dever. Como não existe a perspectiva de você reivindicar a renúncia do cargo, o jeito é se esmerar. Valha-se do bom tempo que lhe resta. É sua única saída.