ARTICULISTAS

Ainda as árvores

Há algumas décadas tivemos, em Uberaba, o Pró-Árvore, um programa de proteção à flora uberabense

Mário Salvador
Publicado em 08/10/2018 às 19:42Atualizado em 17/12/2022 às 14:16
Compartilhar

Há algumas décadas tivemos, em Uberaba, o Pró-Árvore, um programa de proteção à flora uberabense. Um júri escolheu, dentre as frases participantes de um concurso aberto ao público, o lema do Pró-Árvore: “Uma árvore não cresce só”, de autoria de Vânia Santaiana.

Assim como Vânia sinalizou, o plantio de uma árvore demanda nossa ajuda, para que haja opções adequadas de espécies para lugares adequados, bem como manejo correto da planta – o que contribui para garantir o sucesso na formação e preservação de nossa flora.

Na festa de lançamento do Pró-Árvore, autoridades convidadas pela Prefeitura ajudaram a compor o paisagismo da Avenida da Saudade, plantando inúmeras árvores devidamente selecionadas. E durante a execução do projeto, a equipe do Pró-Árvore dava orientações aos interessados sobre cuidados com as árvores, como, por exemplo, escolha da espécie certa para o lugar certo, plantio da espécie, adubação e manejo do solo, controle de pragas e doenças, época e técnica de poda, enxerto, calendário de manutenção, legislação... Mas, por problema político, aquele programa teve seu final, o que foi muito ruim para a cidade. Uma historinha nos faz refletir sobre o problema:

Correu o mundo a fama de um lenhador brasileiro que garantiu conseguir cortar e desgalhar, com seu machado, qualquer árvore de grande porte em um minuto. Então, um jornalista do canal de notícias norte-americano CNN quis saber do lenhador: “É verdade que o senhor consegue realizar essa façanha?” O lenhador foi audacios “Às vezes, até em menos tempo”. Admirado, o entrevistador perguntou: “E onde foi que o senhor treinou para chegar a esse recorde de velocidade?” O lenhador respondeu: “No Saara.” O entrevistador se indignou: “Mas o Saara é um deserto!” E o lenhador completou: “...agora.”

A brincadeira é uma contundente crítica ao desmatamento. Máquinas poderosas conseguem abrir clareiras significativas em florestas em pouquíssimo tempo. A Polícia Florestal já encontrou, por exemplo, uma área devastada na Floresta Amazônica equivalente a oitocentos campos de futebol. E esse não é um fato isolado. Se nada for feito para frear o desmatamento, chegará o dia em que os jornais anunciarão que foi cortada a última árvore da Floresta Amazônica. 

Talvez não cheguemos a tanto. Mas temos, bem perto de nós, uma tragédia já anunciada que poderá render em breve esta notícia: “Foi cortada a última árvore da agora extinta Mata Eva Reis”. Para evitar esse erro, os uberabenses esperam que o atual programa Cidade Verde, da Secretaria de Meio Ambiente, que zela pela preservação de áreas verdes urbanas, indique os profissionais capazes de tomar as devidas providências em tempo hábil.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por