A homenagem que a Academia de Letras do Triângulo Mineiro prestou a Mário Palmério foi justa e oportuna
A homenagem que a Academia de Letras do Triângulo Mineiro prestou a Mário Palmério foi justa e oportuna. Felicito o Presidente da entidade, Dr. João Eurípedes Sabino, pela ideia tão feliz e oportuna. Boa música, bons discursos (curtos e bem escritos). Boa presença de amigos e admiradores. Tudo isto sem falar na inauguração do busto do homenageado. Mário Palmério é uma figura que não pode ser esquecida. Tive o privilégio de conhecê-lo desde minha infância. Mário era da mesma turma de meu irmão Alberto quando estudavam no Ginásio Diocesano. Nas férias, ele costumava passar uns dias na fazenda de meu pai. Ali não perdiam festas na região. Namoravam as meninas dos arredores e, à noite, dançavam animados pelo sanfoneiro Tião Viola. Sempre me levavam a essas festas. Eu ficava sentado num banco comendo pipoca. Devia ter uns 12 anos na época, o Mário era um rapazote de uns 17 anos. Desde aqueles tempos ficamos amigos. Ele me chamava de Pratinha e assim me chamou no restante de sua vida. Muitos mais tarde, nós nos reencontramos aqui na cidade. A amizade continuou a mesma. Sua irmã, Laurencina, possuía um Liceu na Rua Vigário Silva. O Mário também abraçou o ramo criando um educandário. Mais tarde criou a Faculdade de Odontologia e em seguida as Faculdades de Advocacia, de Engenharia e Medicina. Mais tarde elas se aglutinaram formando uma universidade, a Fiube. Neste ponto estou com um pouco de dúvida (depois o Dr. Guido Bilharinho me corrige...). Mário Palmério foi eleito deputado. Algum tempo mais tarde, ignoro as razões, o Mário partiu para o rio Amazonas. Adquiriu um barco e durante muitos anos navegou pelo rio Amazonas e pelos afluentes. Não posso me esquecer de outro detalhe. O Mário foi Embaixador do Brasil no Paraguai durante muitos anos. Publicou dois livros, Vila dos Confins e Chapadão do Bugre. Era também compositor. Uma de suas composições se tornou famosa, “Saudade”. Já bastante idoso, Mário retirou-se para sua chácara, nos arredores de Uberaba. Orgulhava-se de possuir o pomar mais rico de Uberaba, vinte e oito qualidades de mangas. Sempre me chamava para conversar com ele. Mário era religioso, pedia que eu falasse sobre religião com ele. Pedia que eu lhe explicasse uns pontos. Para terminar, uma pergunta: por que não há uma rua em Uberaba com o nome de MÁRIO PALMÉRIO?