Novembro de 1966 - Parte I
A convite do então reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Orlando Magalhães Carvalho, que, com sua equipe, planejou edição da Revista Brasileira de Estudos Políticos nº 23/24, julho 1967, inteiramente dedicado à análise das eleições que se realizaram no país em 1966, o advogado e jurista uberabense Ronaldo Cunha Campos elaborou o ensaio que adiante se publica, tornado, de imediato, clássico dos estudos políticos do país.
Além do arrolamento minucioso, exaustivo e estatístico das votações em eleições anteriores, desde 1946, Ronaldo estabeleceu pertinente e sagaz comparação entre as tendências do eleitorado em todos esses pleitos, alvitrando, com proficiência, as causas e motivações que as determinaram.
À precisão terminológica aliou extrema e científica abordagem no levantamento e na análise dessas variantes e seus motivos.
Disso resultou o município obter, no período de 1946 a 1966, não só os quantitativos e percentuais das tendências partidário-eleitorais em pertinentes quadros estatísticos, como, também, o conhecimento do significado desses resultados para além da simples numerália que o compõe e caracteriza.
O que se constata, pelo menos nessa época, que abrange o altamente democrático período de 1946 a abril de 1964 e as primeiras eleições feridas no pós-64, é a persistência, mesmo extintos os partidos tradicionais, das mesmas tendências eleitorais anteriores nas votações obtidas pelos candidatos do MDB (oposição) e das diversas legendas da ARENA (situação).
Nota-se, no ensaio, a deliberada omissão dos nomes dos candidatos a prefeito e a deputados estaduais e federais, a não ser o fenômeno (por excepcional) da candidatura de Sebastião Pais de Almeida, revelando a perspicácia autoral de enfatizar as tendências partidárias acima das simplesmente pessoais. (continua)