SAÚDE

Antibióticos podem fazer de gripe comum uma doença fatal, afirma estudo

Um novo estudo sugere que antibióticos podem tornar a gripe comum em uma doença muito grave e até fatal

Publicado em 09/07/2019 às 16:52Atualizado em 17/12/2022 às 22:20
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De acordo com os especialistas, as bactérias do intestino são as primeiras a responder aos vírus da gripe, e começam a trabalhar na destruição dos seres indesejados muito antes das células imunológicas. No entanto, como os antibióticos interferem no conjunto de microrganismos que vivem em nosso corpo, essas bactérias se tornam incapazes de combater o vírus.

De acordo com os cientistas, os antibióticos podem acabar com a resistência precoce à gripe e também nos deixar mais vulneráveis aos vírus.

Segundo Andreas Wack, que liderou a pesquisa, leva dois dias para o sistema imunológico detectar a presença da gripe e começar a mobilizar os glóbulos brancos (leucócitos). Durante esse tempo, o vírus se esconde no revestimento dos pulmões, onde se multiplica. Para ajudar o corpo, as bactérias intestinais sinalizam e ativam um gene antiviral nas células que revestem os pulmões, fazendo com que eles liberem uma proteína que impede que o vírus da gripe se multiplique tão rapidamente — o que facilita a luta do corpo contra a doença.

"Dois dias após a infecção, os camundongos tratados com antibióticos tiveram cinco vezes mais vírus em seus pulmões. Para enfrentar essa ameaça maior, a resposta imunológica é muito mais forte e mais prejudicial, levando a sintomas mais graves e piores resultados", apontou Wack. Como consequência, apenas um terço dos ratos tratados com antibióticos sobreviveram à gripe, em comparação com 80% daqueles que não utilizaram o medicamento.

Quando os pesquisadores posteriormente reintroduziram as bactérias intestinais nos camundongos que receberam antibióticos, os animais ainda tinham a capacidade de impedir que o vírus se multiplicasse nos pulmões durante os dois primeiros dias de infecção e aumentava suas chances de se recuperar da doença.

O trabalho, segundo o pesquisador, também ressalta a relevância do tratamento de animais de estimação ou do gado, já que muitas fazendas ao redor do mundo usam antibióticos como "prevenção" a possíveis infecções. "Mais pesquisas nesses ambientes são urgentemente necessárias para analisar como essas atitudes deixam os animais suscetíveis a infecções virais", afirmou.

*Com informações Revista Galileu 

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