SAÚDE

Remédio que previne HIV em adultos será testado em jovens na UFMG

Para isso, o objetivo é recrutar 200 jovens até o fim de novembro deste ano

Publicado em 11/06/2019 às 14:16Atualizado em 17/12/2022 às 21:35
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A Faculdade de Medicina da UFMG está em busca de voluntários de 15 a 19 anos para nova etapa de uma pesquisa sobre a Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP), medicamento que previne a infecção pelo vírus HIV. Os estudiosos buscam, sobretudo, homens que fazem sexo com outros homens, gays e mulheres trans. A convocação foi divulgada nesta terça-feira (11).

De acordo com a UFMG, a PrEP teve sua eficiência comprovada na prevenção ao HIV em adultos. A nova fase do estudo quer certificar a aceitabilidade e implicações da PrEP em jovens de 15 a 19 anos, público mais vulnerável à infecção pelo vírus.

Para isso, o objetivo é recrutar 200 jovens até o fim de novembro deste ano. Os voluntários serão acompanhados no Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte. Os interessados em participar da pesquisa devem entrar em contato pelo telefone (31) 99726-9307 para agendar uma entrevista.

Em dez anos, segundo a instituição, o índice de detecção de aids quase triplicou na faixa etária de 15 a 19 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, os casos saltaram de 2,4 por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7, em 2016.

“Queremos entender, de forma mais sistemática, se esse grupo vai aderir à PrEP, se o número de novas infecções será reduzido, se esses jovens continuarão a usar outros métodos preventivos para as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e quais são os efeitos colaterais”, explicou Unaí Tupinambás, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, um dos coordenadores da pesquisa.

Os resultados da pesquisa deverão subsidiar a formulação de políticas públicas para essa faixa etária e para a expansão da oferta do medicamento, atualmente disponibilizado para pessoas acima de 18 anos com risco acrescido da infecção pelo HIV.

Como funciona o estudo? Para o recrutamento dos jovens, uma equipe de educadores é responsável por fazer a abordagem dessa população em pontos comuns de sociabilização. Os participantes também chegam através da indicação de pessoas que já conhecem o programa ou por adesão espontânea, bem como pela interação com o aplicativo desenvolvido exclusivamente para o projeto (Amanda Selfie).

No primeiro momento, é feito uma triagem com os interessados, que recebem informações sobre a pesquisa, respondem a um questionário-entrevista junto à equipe psicossocial e realizam exames laboratoriais para ISTs. Os voluntários que optarem por receber o medicamento, iniciam o uso da PrEP, retornam em 30 dias para o acompanhamento e depois a cada três mês.

Aqueles que optarem por não fazer o uso do medicamento, vão para o braço não PrEP da pesquisa, onde recebem orientações, participam de rodas de conversas, distribuição de preservativos, testagem rápida de HIV, entre outras atividades. É possível se desligar da pesquisa a qualquer momento, sem nenhum prejuízo para essa pessoa.

Além do professor Unaí, a pesquisa também é coordenada pelo professor aposentado do Departamento de Clínica da Faculdade de Medicina, Dirceu Greco, membro do Comitê Internacional de Bioética do Unesco-Paris.

A nova etapa do estudo também ocorre na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal da Bahia (UFBA), com financiamento do Ministério da Saúde e da Unaids – órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

* Com informações Hoje em Dia

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