SAÚDE

Saúde lança Plano de Contingência do Sarampo

Documento direciona ações de diversas áreas mediante confirmação de casos no estado

Publicado em 16/05/2019 às 16:39Atualizado em 17/12/2022 às 20:50
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Diante da volta da circulação do vírus do sarampo no país, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) elaborou um Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública do Sarampo. O objetivo é planejar, executar e avaliar medidas de prevenção e de controle em tempo oportuno, a partir da notificação de possíveis casos da doença.

Em Minas Gerais, desde o início de 2019 até o momento, foram notificados 109 casos suspeitos de sarampo, provenientes de 44 municípios no estado. Desses, 93 foram descartados, 13 estão sob investigação e três foram confirmados, sendo um importado.

“O Plano de Contingência do Sarampo tem sua justificativa diante da necessidade da prevenção e sustentabilidade da eliminação do sarampo no território. O cenário no estado reforça a importância da antecipação das esferas de governo ao enfrentamento de eventuais epidemias de sarampo. Esse documento tem como objetivo sistematizar as ações e os procedimentos sob responsabilidade do estado, de modo a apoiar, em caráter complementar, as ações dos municípios”, explica o coordenador de Doenças e Agravos Transmissíveis, Gilmar Rodrigues.

A doença

O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Dessa forma, é uma doença com alto potencial de contágio e comum na infância. O sarampo começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.

Ainda segundo Gilmar Rodrigues, ao apresentar os sintomas, as pessoas precisam procurar imediatamente uma unidade de Saúde para serem avaliadas. “No sarampo, além da febre e exantema, a pessoa também pode apresentar tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas que aparecem na parte interna da boca, conhecidas como sinal de Koplik”, detalha o coordenador.

Não há tratamento específico para a doença, apenas para os sintomas. O paciente deve ser hidratado, alimentado e ter a tosse e a febre controladas por medicamentos. O paciente também deve estar em isolamento hospitalar ou domiciliar durante o período de transmissibilidade e ter acompanhamento médico e epidemiológico por 30 dias. Para diagnóstico, além da análise dos sintomas e manifestações cutâneas, exames de sangue (sorologia), de urina e/ou secreção nasofaríngea (isolamento viral) devem ser realizados.

Prevenção

A única forma de se prevenir contra o sarampo é por meio da vacinação. “A vacina é segura e eficaz na prevenção da doença. Por isso, a principal ação da Secretaria para impedir o avanço da doença é a imunização, mobilizando esforços para garantia de altas coberturas vacinais”, reforça a coordenadora de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão.

Tanto a Tríplice Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, quanto a Tetra Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a varicela (catapora), fazem parte do calendário de vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de forma regular e contínua.

O esquema vacinal vigente é de duas doses com componente sarampo para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, sendo uma dose da Tríplice Viral aos 12 meses e uma dose da tetra viral aos 15 meses de idade. Para ser considerada protegida, uma pessoa de até 29 anos deverá ter duas doses comprovadas em caderneta de vacinação. Já para pessoas de 30 a 49 anos de idade, é necessário ter uma dose da Tríplice Viral.

Cenário

Em 2019, o primeiro caso confirmado em Minas Gerais, importado, refere-se a um italiano, morador de Betim, com histórico de viagem recente à Croácia e Itália nos meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019. O outro caso confirmado é de um adulto jovem, 25 anos, sem comprovante vacinal, residente no município de Contagem. Ele esteve em Trindade (PE) em fevereiro de 2019. No período de transmissibilidade trabalhou em condomínio fechado na região metropolitana da capital e começou a apresentar sintomas em 1/3. Foi realizado exame, que confirmou laboratorialmente o sarampo.

O terceiro caso confirmado é de uma adolescente, 13 anos, portadora de Lúpus, residente em Belo Horizonte. Ela esteve em Porto Seguro (BA) e Almenara (MG) em janeiro. Apresentava no cartão de vacinação uma dose de tríplice viral em 2011. Em 6/3, apresentou sintomas compatíveis com suspeita de sarampo. Foi realizado exame, confirmando laboratorialmente o sarampo.

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