Jairo Chagas
Para Fernanda Bosco, as pessoas devem observar, avaliar e mudar padrões de comportamento que são prejudiciais ao sono restaurador
Pensamento acelerado, preocupações relacionadas ao trabalho, estudos, saúde ou família, além do intenso uso de celular e objetos eletrônicos, podem manter a mente ativa à noite e dificultar na hora de adormecer. De acordo com a psicóloga Fernanda Bosco, pesquisas afirmam que a iluminação azul do celular à noite inibe a secreção da melatonina, hormônio responsável por ajudar a regular o sono.
Segundo Fernanda, muitas pessoas recorrem rapidamente às medicações para dormir, mas se esquecem de observar, avaliar e mudar padrões de comportamento que são prejudiciais ao sono restaurador. “É importante procurar um neurologista para determinar o que pode estar causando o problema, fazer exames e encontrar um tratamento adequado”, orienta.
Para a psicóloga, a falta de sono está diretamente ligada à qualidade de vida do ser humano e, consequentemente, se há distúrbios, outros transtornos poderão ser desencadeados. No que tange aos psicológicos, Bosco afirma que dificuldade para dormir aumenta a produção de cortisol, que é um hormônio ligado ao estresse e à ansiedade no organismo. “A privação de sono também faz aumentar os riscos de desenvolver depressão”, destaca.
Conforme a psicóloga, a relação entre depressão e sono tem sido observada há anos e cientistas identificaram mecanismos neurais para explicar como eles estão conectados. “Um dos sintomas observados nos pacientes com depressão é o excesso ou a privação de sono, assim como são crescentes os índices de depressão em pacientes com insônia”, detalha.
Para ter uma boa noite de sono, a psicóloga indica deixar um bloco de anotações ao lado da cama. Se a cabeça estiver acelerada, deve-se escrever sobre pensamentos, preocupações e tarefas do dia seguinte para aliviar. “Experimente músicas de natureza instrumental em som ambiente na hora de dormir.
Pesquisas afirmam que há melhora no sono”, avalia. Se os sintomas persistirem, Fernanda Bosco aconselha buscar um médico especialista e psicológico para tratamento multidisciplinar.