SAÚDE

Reabilitação neuropsicológica pode retardar os sintomas da demência

Para isso, neuropsicóloga Ana Paula Soares Boscolo afirma ser necessário um trabalho terapêutico multidisciplinar, que envolva familiares e cuidadores

Letícia Morais
Publicado em 11/08/2018 às 08:08Atualizado em 17/12/2022 às 12:25
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Fot Jairo Chagas

Ana Paula Soares Boscolo diz que qualquer pessoa a partir de 40 anos está suscetível à doença, mas a especialista acentua ser mais comum ocorrer em idade avançada

Caracterizada pelo declínio progressivo das funções intelectuais, a demência pode ser severa o bastante para interferir nas atividades sociais, pessoais e cotidianas. A neuropsicóloga Ana Paula Soares Boscolo afirma que a principal particularidade da demência é a inabilidade de executar tarefas cotidianas por consequência da diminuição da habilidade cognitiva.

Os sintomas envolvem quedas e tropeços frequentes; comportamento inapropriado; incapacidade de reconhecer objetos ou pessoas; prostração e perda de empatia; dificuldade de expressão da linguagem; perda de memória progressiva e frequente, e confusão mental. Qualquer pessoa a partir de 40 anos está suscetível à doença, mas a especialista acentua ser mais comum ocorrer em idade avançada. Pessoas com histórico familiar têm maior risco, assim como fatores de saúde e estilo de vida.

Atualmente, não há cura para a maioria dos tipos de demência. No entanto, alguns medicamentos reduzem os sintomas, assim como é possível retardar os sintomas com o trabalho de reabilitação neuropsicológica. “Estudos demonstram que a estimulação neurocognitiva, por meio de sessões de reabilitação, pode ajudar a desacelerar o ritmo da deterioração cognitiva no Alzheimer e outras demências”, afirma. Ela destaca que, para isso, as atividades precisam ter algum significado para o indivíduo e devem se aproximar das tarefas realizadas no dia a dia.

“Antes de desenvolver e implementar qualquer plano de intervenção, o profissional traça um perfil completo da pessoa (personalidade, vivências, papel na comunidade e na família) e do seu contexto social (familiares, amigos, profissionais de saúde) e tenta envolvê-los no processo terapêutico”, argumenta. A neuropsicóloga diz, ainda, que o profissional oferece apoio aos cuidadores, escutando as suas preocupações e angústias e fornecendo todas as informações necessárias para que possam ultrapassar os obstáculos que surgirem diariamente em casa.

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