O intervalo médio entre a notificação de casos ou óbitos por Covid-19 pelos municípios e a efetiva divulgação do dado consolidado pelo Estado deve diminuir, nesta semana, de 10 para três dias em Minas Gerais.
A melhoria, divulgada pelo governo estadual, será possível com a migração da coleta de dados das prefeituras via Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde, plataforma considerada "praticamente instantânea" pelo Estado.
"Nós vamos ganhar um tempo na notificação. Hoje nós temos um atraso, em média, de 10 dias para a notificação dos óbitos. Com o uso do Sivep, nós teremos um atraso de, no máximo, três dias. Isso para nós será uma qualificação dos dados", declarou o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral.
Segundo o governo, o atual prazo de 10 dias é necessário para que as notificações municipais sejam recebidas, avaliadas e confirmadas. A demora atrapalha o acompanhamento das estratégias de combate à doença. O uso do Sivep-Gripe, portanto, agilizará o processo.
Conforme Amaral, o processo de mudança teve início no fim de junho. A concretização ocorrerá pouco mais de um mês depois, segundo o gestor, porque foi necessário acompanhar e orientar os municípios para o uso da ferramenta.
"Neste momento, nós entendemos que o Sivep-Gripe está suficientemente atualizado para que nós pudéssemos fazer a migração da notificação que é feita pelos municípios ao Estado de Minas", declarou.
Segundo o governo, o processo de migração para a nova forma de captação deverá demorar alguns dias até ser finalizado. Por essa razão, os dados de casos e mortes serão divulgados, nesta semana, sem detalhes (como idade e gênero das vítimas). Os dados dirimidos no período deverão ser divulgados na próxima semana.
Além disso, o chefe da SES explicou que a atualização do formato deverá representar a divulgação de 100 óbitos já nesta terça-feira (4).
"De uma forma geral, o Sivep-Gripe vem estando à frente das nossas notificações em torno de 100 óbitos. Então, é provável que, de hoje para amanhã, nós venhamos a consolidar esses 100 óbitos de diferença", informou.
Como já informou o secretário em outras ocasiões, a entrada da centena de mortes no boletim de um dia não significa necessariamente que as mesmas ocorreram em período de 24 horas anterior. Tratam-se de óbitos que estavam represados no sistema, aguardando perícia, e que ocorreram em período de até 10 dias.