CIDADE

Desafio à revitalização é levar pessoas para morarem no Centro de Uberaba novamente, diz secretário

Publicado em 30/07/2020 às 10:46Atualizado em 18/12/2022 às 08:17
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Foto/Arquivo JM

Situado no coração de Uberaba, o Cine Metrópole já foi um dos prédios mais imponentes da cidade e atualmente é alvo de vandalismo   Quais mudanças você faria para revitalização e reurbanização da região central de Uberaba? Em busca de alternativas viáveis, a Secretaria de Planejamento convidou entidades de classe e grupos de pesquisadores, engenheiros e arquitetos para elaborarem propostas, que já estão na mesa de análise na Prefeitura.    IEATM propõe reurbanização para recuperar o comércio e o setor de serviços   Para a diretoria do Instituto de Engenharia e Arquitetura do Triângulo Mineiro (IEATM) e associados, o primeiro passo é desenvolver um estudo das águas pluviais, definindo as bacias de contribuição e os respectivos volumes para máxima redução das inundações. Em um segundo momento, seria a execução dos projetos dentro das várias opções de captação de macro e microdrenagem com a implantação de piscinões, construção de redes de drenagem pluvial, além da continuidade da duplicação dos canais existentes. Aliado a isso, realizar medições de vazão com aparelhos em tempo real.   Outra avaliação compartilhada pela entidade é de que o centro de Uberaba precisa passar por uma completa reurbanização, mantendo os cuidados necessários para perpetuar toda a riqueza de sua arquitetura contemporânea. Essa revitalização tem como finalidade a recuperação do comércio e do setor de serviços, gerando crescimento econômico e novos empregos. Paralelamente, criar espaços de convivência de qualidade em pontos estratégicos. Uma possibilidade é estimular a abertura de boates e casas noturnas para o centro, preferencialmente, com incentivo fiscal.    Durante reunião com engenheiros, arquitetos, urbanistas e designers de interiores para a discussão de ideias que possam agregar à discussão municipal, constatou-se a necessidade de um levantamento técnico do centro e seu entorno para analisar as causas do esvaziamento e um estudo para reativar os pontos comerciais que não são alugados. “Uma ideia é retornar ao centro os serviços públicos municipais para viabilizar o retorno da frequência da  população, e os casarões, hoje desocupados e degradados, poderiam ser restaurados visando a abrigar os órgãos públicos”, destaca o presidente do IEATM, engenheiro Gilberto  Machado Barata de Oliveira.   Observatório Urbano defende transformar a região central em referência   O Observatório Urbano, grupo destinado ao debate e discussões sobre temas relacionados à Arquitetura, Urbanismo e ao Patrimônio da cidade de Uberaba/MG, aponta, assim como o IATM, que é preciso antes de tudo fazer um estudo aprofundado do sobre cada área. “Revitalizar o centro é recompor através de políticas públicas e de incentivos da iniciativa privada e dos moradores para que o centro retomar as suas locações, habilitar novamente esses espaços para que exercitar as múltiplas funções urbanas e transformar a centralidade numa referência. Por isso é preciso fazer uma leitura completa para saber em que será preciso mexer e quais características de cada lote, para fazer a intervenção de forma adequada. Porque o que acontece no centro é o reflexo do que acontece na cidade inteira. Se você permite que surjam muitos loteamentos periféricos, começam a surgir os centros de bairro que funcionam para atender as necessidades dos moradores da região. O esparramamento da cidade na horizontal gera esse crescimento e o esvaziamento da região central”, explica Maria Paula Meneghello, durante entrevista à Rádio JM.   Entre as propostas encaminhadas a prefeitura, o Observatório Urbano aponta que, “o resgate desse espaço requer projetos que considerem como premissas: mobilidade urbana, por meio de infraestruturas integradas; equipamentos e espaços públicos de qualidade; acessibilidade, considerando a escala do pedestre; adensamento com diversificação e mistura de usos, além do incentivo à ocupação democrática do Centro, com garantia de permanência da população residente; reforço da imagem da cidade pela redução da poluição visual, recuperação de fachadas, praças e mobiliário urbano, por meio de projetos paisagísticos de qualidade; incentivo à instalação de atividades de lazer e entretenimento e incentivo à conservação do patrimônio histórico, lembrando que as belas arquiteturas são produtos de atração e de consumo a serem explorados”.    O secretário de Planejamento de Uberaba Nagib Facury, destaca que as propostas recebidas vão de encontro aos estudos da prefeitura. “Recebemos as propostas dos grupos e  percebemos que elas convergem com o que a prefeitura está estudando e estamos chamando de Plano Estratégico Centro que poderá ser votado na Câmara dentro do plano diretor ou em separadamente. Nossa cidade é horizontalizada e não tem como falar do centro sem falar de verticalização. Pensamos como ponto fixo trazer de volta as pessoas para morarem no centro da cidade e, para isso, vamos contar também com a ajuda do empresariado. Aliás, o projeto é um desafio aos empresários e arquitetos para que a região se torne um local muito agradável para se viver e estar”. 

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