ESPORTE

Primeira negra no pódio da F-1 pede mais diversidade

Agência Estado
Publicado em 23/07/2020 às 21:35Atualizado em 18/12/2022 às 08:09
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Foto/Bizcommunity.com

Nascida no Zimbábue, Stephanie tem 26 anos e desde o ano passado é engenheira de combustíveis da Petronas, fornecedora da Mercedes

Por Ciro Campos

A engenheira de combustíveis Stephanie Travers entrou para a história da Fórmula 1 neste ano. Apesar da participação feminina em pódios ser cada vez mais frequente, a integrante da Mercedes se tornou a primeira mulher africana e negra a participar da cerimônia de premiação de uma corrida. Coube a ela representar a escuderia alemã na festa depois do GP da Estíria, na Áustria, no último dia 12, quando Lewis Hamilton conquistou a primeira vitória na temporada. O hexacampeão ainda indicou Stephanie como um símbolo da luta por diversidade, pois sabe que elas ainda são minoria na F-1, assim como pilotos negros no grid

Nascida no Zimbábue, Stephanie tem 26 anos e desde o ano passado é engenheira de combustíveis da Petronas, fornecedora da Mercedes. "Na minha casa sempre foi um programa familiar acompanhar a Fórmula 1 aos domingos. Era um sonho meu trabalhar nesse meio", contou ela em entrevista ao Estadão por videoconferência. Mas, para assumir o posto, ela precisou enfrentar uma concorrência duríssima e superar um processo seletivo de mais de 7 mil inscritos.

A vitória pessoal de Stephanie em conquistar um espaço tão difícil ganhou o reconhecimento até de Hamilton. Em publicação nas redes sociais depois daquela prova, o piloto elogiou a colega e a apontou como exemplo. "Eu só queria reconhecê-la por seu trabalho duro, positividade e paixão pelo que faz", escreveu A presença da engenheira no pódio se insere em um contexto de grande mudança na categoria. A Fórmula 1 lançou recentemente um manifesto para apoiar o aumento da diversidade na categoria e combater o racismo.

"É muito importante aumentar a diversidade. Eu sempre trabalhei em um meio dominado pelos homens. Acho que quando as mulheres me veem pela televisão, podem acompanhar o meu trabalho e se motivar para buscar o seu espaço também", afirmou Stephanie. A integrante da Mercedes tem formação em engenharia química pela Universidade de Bradford, na Inglaterra, e fez pós-graduação no Imperial College, em Londres.

As atribuições dela durante as corridas começam bem antes dos carros irem para a pista. Stephanie costuma chegar aos autódromos na terça-feira, a três dias do início dos treinos. A engenheira e a equipe de trabalho montam um laboratório para examinar amostras de combustível e lubrificantes para avaliar minuciosamente se as substâncias atendem aos requisitos técnicos do regulamento. Os dados coletados são compartilhados com demais integrantes da Mercedes e pilotos.

Simpática e bem humorada, Stephanie se sente orgulhosa ao imaginar que talvez tenha se tornado um exemplo para as demais mulheres fãs da categoria. "É um sentimento incrível saber que posso inspirar outras mulheres pelo mundo. Elas podem assim saber que existe uma possibilidade de realizar os seus sonhos. Espero continuar sendo um incentivo", disse.

 

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