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A máscara da pandemia

João Eurípedes Sabino
Publicado em 19/06/2020 às 06:51Atualizado em 18/12/2022 às 07:10
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Não fossem os recursos tecnológicos de que hoje dispomos, fico imaginando a enrascada na qual estaríamos. Sem comunicação eficiente, ausência de fotos, mensagens e imagens pelo telefone, com notícias empacotadas, embora sem saber, eu pergunt onde estaríamos? Na pior das posições, pois notícias congeladas seriam o nosso alimento e esse, repetido todos os dias, acaba por nos enfarar.

Recolhidos em quarentena (essa palavra incomoda), felizmente podemos correr o mundo em tempo real sem sair de casa. Fico imaginando o quanto sofreram os nossos antepassados quando, em 1918, a Gripe Espanhola assolou a humanidade. Num tempo em que não tínhamos o rádio, a imprensa se arrastava, o analfabetismo campeava e o achismo era a nossa ferramenta, só restava esperar pelo pior. O presidente eleito Rodrigues Alves faleceu antes de tomar posse em decorrência da malfadada gripe.

Hoje contracenamos em tempo real com os nossos entes queridos e amigos. Isso tem nos proporcionados relativo conforto, embora o abraço e o aperto de mão façam tanta falta. Oxalá não tenhamos acabado de vez com esses hábitos, inclusive o beijinho na face. A leitura dos olhos (que não é fácil) substituiu a labial. A máscara não nos deixa ver a beleza do sorriso e a gargalhada perdeu sua graça, por mais expressiva que seja.

Vejo a importância do avanço que experimentamos, por exemplo, no grupo de WhatsApp da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Diariamente nos comunicamos e cada um traz o que de melhor possui, visando compartilhar com os seus confrades. Normas são observadas e assim temos fortalecido os nossos vínculos, regados pelo afeto, respeito e a liberdade de expressão. Tenho colhido ótimos frutos com as mensagens recebidas de meus pares. Elas, as mensagens, sempre acrescentam páginas ao meu aprendizado. Estamos na fase da troca de versos improvisados!

Charles Chaplin e o sorris “Não preciso me drogar para ser um gênio. Não preciso ser um gênio para ser humano. Mas preciso do seu sorriso para ser feliz”.

Elvis Presley e o olhar: “Os olhos das pessoas dizem mais do que suas palavras”.

Chaplin e Presley por certo que ficariam felizes ao ver cair a máscara da pandemia do coronavírus.

 

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