O zumbido no ouvido atinge 278 milhões de pessoas no mundo e sua forma severa representa 20% dos casos. Cerca de 28 milhões de brasileiros apresentam zumbido no ouvido, que é um som constante e irritante, produzido dentro do ouvido e que pode parecer som de grilo, apito, chiado, panela de pressão, cigarra etc. O zumbido é reconhecido pelos médicos como sinal de alerta de que algo está errado no ouvido.
De acordo com a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido, na década de 80 já foi até considerado como o 3º pior problema que pode afetar o ser humano, enquanto doenças como câncer, paralisias, cegueira e surdez apareceram posteriormente na lista.
Apesar de poder acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos, alguns grupos são mais propensos a sofrer com o zumbido. Exemplo disso são aquelas pessoas que se expõem a som alto por tempo prolongado, como cantores, motoristas, profissionais da construção civil, ouvintes de música alta com fones de ouvido ou em baladas. “Temos visto mais zumbido em pessoas com sobrepeso e obesidade, pois essas alterações do metabolismo podem ter relação com a disfunção da tireoide e com a pressão alta, que, em conjunto, podem causar zumbido e perda de audição”, complementa Tanit Ganz Sanchez.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são cerca de 30 milhões de pessoas hipertensas. A hipertensão arterial é uma das doenças cardiovasculares que ocorrem com mais frequência e pode trazer várias complicações, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). “Como muitos vasos sanguíneos ficam mais obstruídos com essas doenças – inclusive o do ouvido –, a passagem do sangue com os nutrientes do ouvido fica prejudicada, por isso aumenta o risco de problemas auditivos, zumbido e tontura”, explica a especialista.
Outros problemas associados são o ronco e a síndrome da apneia obstrutiva do sono, porque o espaço por onde o ar deve passar fica reduzido e dificulta essa passagem natural.