SAÚDE

Inversão térmica traz riscos para o coração, diz especialista

Com as bruscas mudanças de temperatura nos grandes centros urbanos, entre o outono e o inverno, as inversões térmicas são cada vez mais frequentes em metrópoles como São Paulo

Publicado em 22/07/2014 às 22:10Atualizado em 19/12/2022 às 06:48
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Com as bruscas mudanças de temperatura nos grandes centros urbanos, entre o outono e o inverno, as inversões térmicas são cada vez mais frequentes em metrópoles como São Paulo. Caracterizado por uma troca na ordem das camadas de ar quente e frio na atmosfera, o fenômeno, ocorrido principalmente no inverno, compromete bastante a qualidade do ar ao impedir a dispersão de poluentes através das camadas atmosféricas mais elevadas. “Isso potencializa não só a ocorrência de doenças respiratórias, mas também de problemas cardiovasculares, já que a poluição do ar é um importante fator de risco para as doenças do coração”, diz Abrão Cury, cardiologista do Hospital do Coração.

Segundo o médico, a concentração de poluentes no ambiente causada pelas inversões térmicas afeta o organismo, ocasionando aumento da coagulação do sangue, tromboses, aumento na propensão a arritmias cardíacas, vasoconstricção aguda das artérias, reações inflamatórias em diferentes partes do corpo, além do desenvolvimento de aterosclerose crônica. “Isso ocorre porque a poluição do ar afeta de maneira significativa a pressão arterial, principalmente no caso de hipertensos e idosos. Tanto que em períodos de maior concentração de poluentes no ar, como no inverno, o atendimento a pacientes hipertensos triplica”, observa o cardiologista.

Cury explica que o crescente número de veículos nas grandes capitais só agrava o problema, já que isso aumenta a concentração de gases nocivos à saúde na atmosfera, como é caso do monóxido de carbono. Considerado como um dos principais poluentes emitidos pelos automóveis, o gás altera o endotélio (camada de revestimento interno) das artérias e, também, afeta o coração. “Já é possível associar a liberação dessa e de outras substâncias, como o óxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre, provocada pelos automóveis, com o aumento dos casos de hipertensão arterial registrados no país. A doença afeta de 30% a 35% da população brasileira e é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de derrames e infartos do miocárdio”, alerta o cardiologista.

Cuide do coração e da saúde. Nos meses mais frios do ano, as inversões térmicas fazem com que o ar fique ainda mais seco e poluído. Por isso, confira algumas dicas do cardiologista do HCor para cuidar da saúde e do coração nos períodos mais frios do an

• procure evitar locais e horários onde se pode encontrar maior quantidade de poluentes no ar, como os engarrafamentos, por exemplo;

• evite correr, andar de bicicleta ou caminhar perto de vias congestionadas ou com muito trânsito;

• sempre que possível, visite locais mais distantes das grandes cidades, onde o ar é menos poluído;

• feche as janelas para proteger o ambiente da poluição;

• se for hipertenso, mantenha-se aquecido para manter a pressão arterial em níveis saudáveis;

• monitore e controle a pressão nessa época do ano. Se possível, consulte um especialista para fazer um check-up.

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