A turbulência deflagrada em Minneapolis, nos Estados Unidos, teve origem no assassinato do cidadão negro, George Floyd, de 46 anos, durante uma abordagem policial, suspeito de passar nota falsa de US$20.
A cidade, conhecida como um dos lugares mais agradáveis do país, é palco de raiva e desespero, que vem sendo gestado há muitos anos. Ali uma família negra ganha, em média, menos da metade de uma família branca. Em termos porcentuais, a renda da família negra atinge somente 44% dos ganhos médios de uma família branca.
Na medida em que se disseminou o uso de cláusulas restritivas, os negros foram empurrados para bairros mais carentes da cidade, embora o número de habitantes continuasse a crescer.
Nas décadas de 1950 e 1960, os planejadores urbanos devastaram o bairro de Rondo, historicamente de negros, transformando sua principal avenida na rodovia interestadual 94. Um em cada oito negros da região metropolitana de Saint Paul perdeu a sua casa para a nova estrada.
O presidente Trump, referindo-se aos manifestantes que protestavam contra a morte de Floyd, afirmou que teriam sido “recebidos com os cães mais cruéis e as armas mais ameaçadoras”, caso violassem a cerca da Casa Branca na sexta-feira, 29.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o policial Derek Chauvin apareceu ajoelhado sobre o pescoço de Floyd durante oito minutos, enquanto a vítima gritava “não consigo respirar”, até perder a consciência.
Os protestos não são apenas por Floyd, mas por uma política de segurança que deixou de existir a partir de 1992. O poder do “Black Lives Matter” continuará a existir, com esse significado, até que o racismo e o capitalismo sejam desmontados.