SAÚDE

Depressão acomete cerca de 350 milhões de pessoas no mundo

Dados da OMS demonstram que a depressão deve se tornar, em 20 anos, o estado mais comum no mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde

Thassiana Macedo
Publicado em 04/12/2014 às 09:08Atualizado em 17/12/2022 às 02:24
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que a depressão deve se tornar, em 20 anos, o estado mais comum no mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Atualmente, ela acomete 350 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa pelo menos 5% da população mundial. Apesar da alta incidência, a depressão ainda é cercada de preconceitos, assim como os demais transtornos mentais, e muitas vezes é confundida como sendo apenas uma tristeza ou algo que “vai passar”.

Segundo a psicóloga Larissa Silva Resende da Cruz, quando se discute a depressão, é importante pensar primeiro o que vem a ser a tristeza na vida do ser humano. “O que vejo hoje nessa sociedade de tempo escasso e cada vez mais maratonista é que estamos problematizando a tristeza. Passamos a ver a tristeza como algo que não é normal e que não é bem-vindo, o que vem sendo cada vez mais alimentado pela mídia e pela própria indústria farmacêutica. Por isso, é preciso ver a tristeza como um afeto comum à vida humana, tal qual a felicidade, a alegria e o bem-estar”, afirma.

A psicóloga ressalta que prefere a expressão “estado depressivo” à palavra “depressão”, pois esta dá a ideia de doença. “Quando pensamos na depressão como sendo uma doença, parece que é algo que acomete a pessoa de fora para dentro, o que tira toda a responsabilidade do próprio indivíduo diante dos seus sentimentos e do seu momento de vida. Quando falamos em estados depressivos, existem algumas características que podem alertar para o estado de esvaziamento do eu, um sentimento de perda de sentido da vida, o que é caracterizado por uma tristeza intensa”, esclarece.

Larissa Cruz alerta que é justamente essa sensação de tristeza intensa que, muitas vezes, impossibilita que o indivíduo realize as atividades do cotidiano normalmente, como acordar cedo e ir ao trabalho, por exemplo. “Muitas vezes, a pessoa sente certa fraqueza de viver as suas próprias atividades cotidianas, mas algo que se pode caracterizar como constante. É muito comum ficarmos tristes. O ser humano tem dias de tristeza, o que não representa necessariamente um quadro de depressão. Vivemos em uma sociedade tão imediatista que, se uma pessoa vivencia três dias de tristeza, ela mesma já começa a rotular seu comportamento ou se autodiagnosticar com depressão”, alerta a especialista.

Conforme levantamento da OMS, embora existam formas de terapia para retirar o indivíduo do estado depressivo, apenas metade das pessoas recebe os cuidados de que necessitam. Casos de depressão leves podem ser tratados apenas com acompanhamento psicológico, mas, nas formas moderada e grave, as pessoas precisam de algum tipo de medicação.

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